Os poemas deste livro provam, objetivamente, que Lucia é uma poetisa que nasceu para proclamar e praticar a liberdade. Seu olhar é nutrido por uma ânsia sem restrições pelo belo. No entanto, existe a necessidade interna e vital de que o mundo participe de seus recortes. De suas apreensões. Eis um dos motivos pelos quais escreve. Mas não somente.
O tempo para Lucia significa movimento. A consciência temporal de que a objetividade do tempo permite a infelicidade de tudo que escraviza e submete a humanidade.
Mas a poetisa sabe que o tempo é um lapso que se não vivido não tem volta. Lucia sabe que o tempo é irreversível. Causa vertigens porque requer a coragem dos imbatíveis (como ela mesma). Na verdade, todos os poemas contidos neste livro representam um recorte sob o olhar de Lucia que compreende, como poucos, que os signos da solidão são necessários. Vitais.
Sobre o autor
Lucia Maria G. Barbosa nasceu em Acesita (Minas Gerais), uma cidade que desapareceu, localizada na região do Vale do Rio Doce, onde hoje fica Timóteo. Sua família é de Juiz de Fora (MG), Valença (RJ) e de Porto Alegre, Charqueadas e São Jerônimo (RS). Vive em São Paulo (SP). Julga que herdou da parte mineira o gosto pela arte; da parte fluminense, o interesse pelo ser humano; e da gaúcha o amor pelo folclore e pela natureza. Quando criança fez ginástica olímpica, aulas de balé e de piano. Na adolescência aprendeu violão, participou de festival de música do Colégio onde estudava e de grupo de teatro amador na PUC-SP. Sob o nome artístico de Lucia Bavaresco, trabalhou como atriz. Integrou o grupo: Teatro Orgânico Aldebarã. Fez aulas de canto. Participou do Coral Luther King. Foi bailarina dos grupos de dança experimental do Ballet Stagium (Raízes e Gobo), onde fez formação em dança clássica, moderna e contemporânea. Também estudou afro-jazz e danças folclóricas brasileiras. Graduou-se em Psicologia e completou a formação acadêmico-científica (especializações, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado). Atuou como docente em universidades e pós-graduação. Publicou trabalhos e livros científicos. Agora estreia na literatura, sua paixão desde criança, quando foi premiada por um concurso do governo do Estado de São Paulo por sua redação sobre O Dia das Aves.