O QUE A ANTROPOLOGIA TEM A DIZER sobre
o comportamento dos eleitores e, de modo mais
amplo, sobre o funcionamento da democracia?
Esta é a pergunta e o desafio assumidos pelo
antropólogo e professor do Museu Nacional
(UFRJ), Marcio Goldman, a partir de uma
pesquisa de quase sete anos de duração.
Levando adiante a tradição antropológica, firmada
sobretudo na etnografia e no trabalho de campo,
o autor procura pensar um problema ‘grande’
– o funcionamento do sistema político moderno,
a democracia – por meio de um recorte ‘pequeno’,
no caso, o envolvimento político e os modos de
pensar a política de um grupo de pessoas que vivem
na cidade de Ilhéus (sul da Bahia) e integram um
segmento do movimento negro, além de serem
adeptos do candomblé.
O passo decisivo para uma análise como esta é levar
a sério o que as pessoas têm a dizer, ainda que o seu
discurso possa contrastar com os pressupostos da
democracia representativa. A finalidade de uma tal
abordagem é produzir uma ‘teoria etnográfica’,
fazer com que as idéias do analista, e as nossas em
geral, sejam afetadas pelas dos outros e, no caso,
problematizar a democracia como ideal abstrato
a partir da descrição de seu funcionamento efetivo,
envolvendo pessoas e situações concretas.
Tabela de Conteúdo
Sumário
Prefácio
Agradecimentos
Prólogo. Os Tambores dos Mortos e os Tambores dos Vivos
Introdução. Antropologia da Política e Teoria Etnográfica da Democracia
Capítulo 1 – 2002: Memorial da Cultura Negra de Ilhéus
Capítulo 2 – 1996: Pesquisa
Capítulo 3 – 1992: Centro Afro-Cultural
Capítulo 4 – 2000: Eleições
Capítulo 5 – 1998/1999: Carnaval
Capítulo 6 – 2004: Candidatura
Bibliografia
Apêndices
I. Glossário
II. Entrevista ao Jornal do Ibase
III. Entrevista a Renato Sztutman
IV. Marinho Rodrigues no Diário de Ilhéus
Notas
Sobre o autor
Marcio Goldman é Professor Titular do PPGAS, Museu Nacional, UFRJ, bolsista de produtividade científica do CNPq e do Programa Cientista do Nosso Estado da FAPERJ. Foi professor visitante na USP, na Universidade de Cabo Verde e na Universidade de Chicago. Além de vários artigos, é autor de Razão e Diferença: Afetividade, Racionalidade e Relativismo no Pensamento de Lévy-Bruhl (UFRJ/Grypho, 1994 e e-Book, Ponteio Edições, 2019), Alguma Antropologia (Relume Dumará, 1999), Como Funciona a Democracia: Uma Teoria Etnográfica da Política (7Letras, 2006, e e-Book, Ponteio Edições, 2020), How Democracy Works: An Ethnographic Theory of Politics (Sean Kingston, 2013) e Mais Alguma Antropologia (Ponteio Edições, 2016). Em colaboração com Moacir Palmeira, organizou Antropologia, Voto e Representação Política (Contra Capa, 1996); em colaboração com Miriam Hartung, organizou o Dossiê Políticas e Subjetividades nos ‘Novos Movimentos Culturais’ (Ilha. Revista de Antropologia, 2009); editou, também, o livro Do Lado do Tempo – O Terreiro de Matamba Tombenci Neto (Ilhéus, Bahia), de Mãe Hilsa Mukalê (7Letras, 2011).