Vestígios é irmão gêmeo de Trívia. Apadrinhados com o mesmo subtítulo: diário filosófico, de abordagem incidental e fragmentária.
Não busca o todo nem pretende fazê-lo. Antes, reflete um basso ostinato. Folhas de cadernos esquecidos, datados ou não, que, a certa altura, deixaram de fazer sentido. Sobrevivem, espaçados.
Retratos fora do velho álbum. Punhado de pó entre as ruínas. Pão partido em pequeninos, para usar apenas o título de Manuel Bernardes. Física das partículas. Asteroides entre Marte e Júpiter.
Nenhum lugar vazio. Trânsito.
O título talvez acuse o espelho, partido, felizmente em mil pedaços, que me desvela, irregular.
Sobre o autor
Marco Lucchesi nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 1963, e atualmente preside a Academia Brasileira de Letras (ABL). Ocupa a cadeira de no.15. Escritor, poeta, ensaísta, professor e tradutor, graduou-se em História pela Universidade Federal Fluminense, obteve os títulos de mestre e doutor em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e fez pós-doutorado em Filosofia da Renascença na Universidade de Colônia, na Alemanha. Transita por mais de vinte línguas. É autor, entre outros, dos romances O bibliotecário do imperador e O Dom do Crime. Domínios da Insônia reúne, em grande parte, seu legado poético. Como tradutor, verteu para o português obras dos italianos Primo Levi e Umberto Eco, do persa Rûmî, do russo Khlebnikov e do tcheco Rainer Maria Rilke. Professor titular de Literatura Comparada da UFRJ. Doutor Honoris Causa pelas Universidades de Tibiscus e Aurel Vlaicu da Romênia. Palestrou em diversas universidades ao redor do mundo. Seus livros já foram traduzidos para mais de dez idiomas.