Nesta obra está reunida a maior parte dos escritos de Marilena Chaui dedicados ao tema da educação, em sentido amplo: memórias da aluna e da professora, reflexões sobre o ensinar e o aprender, análises teóricas, intervenções públicas, propostas, etc. A autora não faz o papel de filósofa que quer dar modelos educacionais ou armar teorias do aprendizado; descobre-se, pelo contrário, a professora e pensadora, a educadora que logra conciliar o vigor da experiência própria à profundidade teórica e soldá-los pelo empenho político a serviço da educação, uma educação essencialmente vinculada à democracia.
Uma das linhas mestras da meditação de Marilena sobre a educação é o combate ao autoritarismo presente em nosso sistema de ensino (ora mais visível, como na ditadura, ora menos visível, como hoje). Com efeito, as tentativas de estabelecer uma relação pedagógica antiautoritária devem culminar precisamente no que a autora denomina ‘pedagogia democrática’ ou ‘relação pedagógica democrática’, preparando o caminho para a questão maior da construção de uma sociedade democrática.
Homero Santiago
Sobre o autor
Marilena Chaui
Formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), da qual é professora aposentada e onde coordena o Grupo de Pesquisa de Estudos Espinosanos. Dedicou seus estudos à História da Filosofia Moderna e à Filosofia Política, produzindo importantes obras sobre as filosofias de Espinosa e de Merleau-Ponty e sobre as questões da democracia e da crítica da ideologia. Ministrou cursos nas universidades de Paris, Pisa, Bolonha, Córdoba (Argentina), Stanford e Columbia. Foi Secretária Municipal de Cultura de São Paulo (1989-1992) e membro do Conselho Nacional de Educação (2002-2006). Recebeu o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) pelo livro Cultura e democracia; o prêmio Jabuti por Convite à Filosofia (que já vendeu mais de 60 mil exemplares) e por A nervura do real. Imanência e liberdade em Espinosa, obra pela qual também recebeu o prêmio Sérgio Buarque de Holanda (Biblioteca Nacional). Um de seus livros mais influentes é O que é ideologia? (Brasiliense), que já vendeu mais de 100 mil exemplares.