Um dos mais importantes romances nacionais, Asfalto selvagem reúne numa só narrativa paixão, suspense, devoção religiosa, erotismo, incesto, tragédia, humor e um olhar implacável sobre as obsessões que nenhum de nós ousa confessar. Quase nada escapa da pena demolidora de Nelson Rodrigues: instituições, ideologias, desejos. Se parece audacioso no século XXI, o que se pode dizer sobre o impacto causado nos leitores do jornal Última Hora, em que foi publicado em forma de folhetim entre 1959 e 1960? Um escândalo. E um imenso sucesso. Eis a genialidade do autor: Nelson realiza a rara proeza de escrever um romance profundo e ao mesmo tempo popular. Obra irresistível para os leitores de então e para os atuais, Asfalto selvagem continua a descortinar as tensões mais subjacentes da moralidade urbana brasileira por meio de um texto deliciosamente perturbador e personagens inesquecíveis.
Inclui textos de apresentação da escritora Adriana Armony e da atriz e escritora Maria Ribeiro, além de notas ao final contextualizando personagens e situações reais citadas no livro.
Sobre o autor
Nelson Rodrigues nasceu no Recife, em 1912, e ainda criança mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Lá, aos 13 anos, tornou-se repórter policial do jornal A Manhã, fundado por seu pai, Mário Rodrigues, e assim teve início sua longa carreira de jornalista, cronista, dramaturgo e escritor. Sua extensa produção literária, que inclui contos, crônicas e romances (alguns deles assinados sob o pseudônimo de Myrna ou de Suzana Flag), inspirou inúmeras adaptações cinematográficas e televisivas ao longo das últimas décadas, e suas peças são constantemente reencenadas, revelando a atemporalidade e a força do artista. Nelson morreu aos 68 anos, em 1980, no Rio de Janeiro.