Um desejo pela calmaria, pelo encantamento das palavras que cantam e encantam como se estivéssemos em uma dança de sabres. O leitor de ‘Dança dos sabres’ tateia sensações, silêncios, gestos, como se possuísse nas mãos as palavras – concretas e pulsantes. O livro de Rodrigo Rosa é um encontro entre essa relação de corpo e alma, num ritmo onde sílabas descobrem o ser com a capacidade de transmutar e ‘transcender o visível’, em um tom selvagem, como se o verbo estivesse entranhado na carne. Além disso, a relação com a cidade, o concreto, o bruto, as travessias, a sensação das viagens, do estar longe. É como tocar o veludo das horas, o avesso das coisas. E é nesse encalço que o poeta desdobra o detalhe sutil do peso das palavras, como se estivéssemos ‘imersos no silêncio de nosso próprio assombro.’ As palavras de Rodrigo Rosa trazem uma poesia sensorial e pulsante. O leitor é levado a barcos e navegações, onde abismos, fugas e córregos inundam as páginas, em um emaranhado de liquidez e força poética.
Sobre o autor
Rodrigo Rosa (pseudônimo de Luiz Heitor Paiva de Castro) é um carioca formado em Medicina e em Letras, com especialização em Literatura Francesa. Publicou dois livros de Poesia pela Editora 7Letras no final da década de 1990, ‘Relíquias do sol’ e ‘Ronda noturna’. Foi também editor da Revista do cena, Instituto de Psicanálise e Cultura, e ministrou cursos sobre a tragédia grega como palestrante convidado na Escola de Teologia do Mosteiro de São Bento. Desde 2018, Rodrigo Rosa dedica-se principalmente à prosa ficcional, tendo produzido nesse período um romance e um livro de crônicas. No momento, o autor participa da adaptação da peça ‘O Marinheiro’, de Fernando Pessoa.