Balançar é o melhor remédio para depressão. Quem balança vira criança de novo. Razão por que eu acho um crime que, nas praças públicas, só haja balancinhos para crianças pequenas. Há de haver balanços grandes para os grandes! Já imaginaram o pai e a mãe, o avô e a avó, balançando? Riram? Absurdo? Entendo. Vocês estão velhos. Têm medo do ridículo. Seu sonho fundamental está enterrado debaixo do cimento. Eu já sou avô e me rejuvenesço balançando até tocar a ponta do pé na folha do caquizeiro onde meu balanço está amarrado! (Rubem Alves) – Papirus Editora
Tabela de Conteúdo
1. Mansamente pastam as ovelhas…
2. É assim que acontece a bondade
3. Que vontade de chorar
4. Um discreto bater de asas de anjos
5. ‘O senhor compra um salgadinho para me ajudar?’
6. Jardins
7. O jardineiro
8. Compaixão
9. Pôr da lua
10. Se eu tiver apenas um ano a mais de vida…
11. Espiritualidade
12. O vento fresco da tarde
13. Todo túmulo é um canteiro
14. Os flamboyants
15. Sobre política e jardinagem
16. Senhoras prefeitas, senhores prefeitos
17. Presente para um pai sério
18. Para as mães extremosas
19. Carta a um drogado
20. Sobre coisas malcheirosas
21. Sobre peixinhos e tubarões
22. A lagoa
23. A cegueira
24. Tenho medo
Sobre o autor
RUBEM ALVES – Estudou Teologia e foi pastor até 1963. Tornou-se mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary (Nova York, EUA) e doutor em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary. Foi professor por muitos anos e, no início da década de 1980, tornou-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise. Possui mais de 50 obras publicadas em diversos idiomas. Autor de crônicas e de livros infantis e sobre educação, ele guia seus leitores pelas paisagens da beleza e considera seus companheiros de viagem filósofos como Bachelard e Nietzsche, além de poetas como Fernando Pessoa, Adélia Prado e Cecília Meireles. Mineiro, é fácil perceber sua veia de contador de estórias. Mas nota-se também sua vasta cultura, como ele mescla conhecimento com sabedoria e traduz isso numa escrita simples, de frases curtas. O certo é que suas obras nos ajudam a refletir sobre o que realmente importa na vida, a voltar os olhos para o que há de mais humano, para o essencial.