Tudo começa com
Era uma vez um bando de rãs. Rãs – embora sua aparência sugira o contrário – são seres poéticos. Sobre uma rãzinha, Matsuo Bashô (1644-1694) escreveu o seu mais famoso haicai: ‘Ah, o velho lago. / De repente a rã no ar / e o tchibum na água…’.
E assim seguimos, com aventuras de patos selvagens, lobos, urubus ou ainda narrativas clássicas recontadas (e alteradas, ora para nos divertir, ora para revelar nossos aspectos mais sombrios). Tirar as ideias de seu lugar habitual, mudar nossos cenários mentais e fazer alguma revolução bem-humorada: ler Rubem Alves acontece de ser assim, no mais das vezes.
Com esse livro, a Papirus Editora comemora sua milésima publicação. É um prazer e uma honra partilhar esta alegria com um de nossos autores e amigos de mais longa data e celebrar esta marca histórica com você, leitor.
Indicado ao PRÊMIO JABUTI 2011 – Ilustração (Karen Elis) – Papirus Editora
Tabela de Conteúdo
I – Sobre o amor
A amizade
As razões do amor
A madrasta e o espelho
As mil e uma noites
As viúvas
‘…Até que a morte…’
A cena
Entre dois amores
Cartas de amor
A doença sem cura
Tênis x frescobol
II – Sobre a sabedoria
Campos e cerrados
Lições de bichos e coisas
Jardins
Em louvor à inutilidade
Fazer nada
As coisas essenciais
Sobre príncipes e sapos
III – Sobre os golpes
Entre o martelo e a bigorna
O terror do espelho
O outono
A revelação
Aposentado
As velas
Tempo de morrer
O médico
A inveja
Aids
A sombra
Venha me visitar
IV – Sobre o riso e a alegria
A alegria
‘Se é bom ou se é mau…’
O cachimbo do meu pai
Aniversário
Escritores e cozinheiros
Odisseia
‘Estou ficando louca…’
Bosta de vaca e política
Sobre o autor
RUBEM ALVES – Estudou Teologia e foi pastor até 1963. Tornou-se mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary (Nova York, EUA) e doutor em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary. Foi professor por muitos anos e, no início da década de 1980, tornou-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise. Possui mais de 50 obras publicadas em diversos idiomas. Autor de crônicas e de livros infantis e sobre educação, ele guia seus leitores pelas paisagens da beleza e considera seus companheiros de viagem filósofos como Bachelard e Nietzsche, além de poetas como Fernando Pessoa, Adélia Prado e Cecília Meireles. Mineiro, é fácil perceber sua veia de contador de estórias. Mas nota-se também sua vasta cultura, como ele mescla conhecimento com sabedoria e traduz isso numa escrita simples, de frases curtas. O certo é que suas obras nos ajudam a refletir sobre o que realmente importa na vida, a voltar os olhos para o que há de mais humano, para o essencial.