Em 13 de junho de 2013, o fotógrafo Sérgio Silva foi alvejado no olho por uma bala de borracha da Polícia Militar enquanto cobria um protesto no centro de São Paulo. Perdeu a visão na mesma hora. Cinco anos depois, o pedido de indenização que moveu na justiça já foi negado em primeira e segunda instâncias. E as bombas e os projéteis da PM alcançaram a vista de pelo menos mais cinco pessoas.
Em textos e imagens, Memória ocular acompanha a trajetória do fotógrafo ano a ano, e aborda também o drama de outros cidadãos cegados — ou quase — pela polícia paulista. É uma tentativa de entender como a violência se multiplica na vida de quem foi atingido pelas armas oficiais, criando profundas cicatrizes psicológicas além das que permanecem no corpo. O que significa ser uma vítima do Estado hoje, depois de mais de trinta anos de ‘redemocratização’?
Tabela de Conteúdo
Lembrancinha 2013-2014
Um segundo aniversário 2014-2015
Laços de família 2015-2016
Revolta 2016-2017
Nexo causal 2017-2018
Sobre o autor
Tadeu Breda é jornalista e editor, autor de O Equador é verde: Rafael Correa e os paradigmas do desenvolvimento (2011) e tradutor de O bem viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos (2016), ambos publicados pela Editora Elefante.
Sérgio Silva começou a fotografar profissionalmente em 2011. É autor do ensaio Piratas urbanos, que lhe rendeu uma exposição individual em 2014, em São Paulo, e coautor, com Luiza Romão, dos vídeo-poemas Coquetel motolove (2016) e do livro Sangria (2017).