E eu pretendo descarregar minha alma sobre as pessoas e expressá-la de todo. É isso que minha vida significa para mim: estou à mercê dessa coisa, e é fazer ou morrer.(…)
É por isso que acho que vou ser um artista. As coisas que realmente importam calaram no espírito e deixaram sua marca — às vezes um sorriso peculiar; às vezes a morte, às vezes o cheiro de dentes-de-leão na primavera… certa vez Amor.
Irei a todos os lugares e verei tudo. Conhecerei todas as pessoas que puder. Pensarei todos os pensamentos, sentirei todas as emoções de que for capaz, e escreverei, escreverei…
Thomas Wolfe
Tabela de Conteúdo
Prefácio, 7
por Marilene Felinto
O trem e a cidade, 15
O sol e a chuva, 59
Escuro na floresta, estranho como o tempo, 71
O sino relembrado, 93
Então isto é o homem, 119
Os quatros homens perdidos, 129
Sobre o autor
Thomas Wolfe é um autor invulgar, sob muitos aspectos. Escreveu toda sua obra em doze anos, como prevendo a morte prematura aos 38, e não produziu pouco. Editou dois romances, um livro de contos, outro de ensaio, deixando, no entanto, vários inéditos que vieram à luz postumamente: mais dois romances, nova coletânea de histórias curtas. Professor, boêmio, viajante voltado para a Europa (bolsista da Guggenheim), pôde no entanto frenético trabalhar.
A obra que nos legou também reflete as condições em que foi realizada. A par das suas grandes linhas, as ilusões da infância e juventude perdidas no mundo adulto e adverso, o instintivo exuberante em contraste com a repressão puritana, o jogo de luz e sombra, um pessoal, outro exterior, temos a denunciar-se fora destas largas dimensões um artesão meio tosco, sujeito a quedas bruscas, desordenadas em rompantes de lirismo, exaltação e retórica.
Apesar do que, assim complexo ou contraditório, se alçou ao plano mais elevado de sua época. Talvez pelo sentido épico, na sua indisfarçável redução. Tão idealista ou sensorial quanto elementar e violenta.
Ricardo Ramos