Em Marília de Dirceu, Tomás Antônio Gonzaga escreve textos belíssimos e ao mesmo tempo dotados de uma técnica impressionante. Essa harmonia traz à tona a grande espontaneidade de Gonzaga. Um homem apaixonado por uma mulher bem mais jovem, tendo o tempo como aspecto ameaçador, torna essa a obra-prima do autor. O cenário escolhido por Gonzaga é a Inconfidência Mineira, o que imprime ainda mais valor à obra. Aqui, temos o universo lírico e sentimental do Arcadismo em uma de suas melhores expressões.
Sobre o autor
Tomás Antônio Gonzaga nasceu em Portugal, na cidade do Porto, em 11 de agosto de 1744, e morreu em Moçambique, em 1810. A mãe, Tomásia Isabel Clarque, era portuguesa e morreu quando o poeta ainda era bebê. O pai, João Bernardo Gonzaga, era um advogado brasileiro que voltou para o país natal por conta de sua nomeação a ouvidor-geral de Pernambuco quando Tomás tinha 7 anos. Aos 17 anos, Gonzaga voltou a Portugal e estudou Direito em Coimbra. Ele tentou uma cadeira na Universidade, por meio da apresentação da tese Tratado de Direito Natural. Até 1781, exerceu a função de juiz de fora em Beja, cidade portuguesa. Foi no ano seguinte que retornou ao Brasil para ser ouvidor-geral em Vila Rica, Minas Gerais.