A obra ‘Walter Benjamin Está Morto’, é uma compilação de traduções inéditas de textos do filósofo alemão. Divido em cinco eixos temáticos, o livro procura contribuir com uma tradição já consolidada de estudos sobre o autor no Brasil, ao tempo que introduz ao público fragmentos e reflexões que se somam aos ensaios mais conhecidos e divulgados do autor.
Nascido em uma família judia de Berlim em 1892, Walter Benjamin é muito conhecido entre nós como membro expoente do Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, a chamada Escola de Frankfurt, um grupo de pesquisadores das ciências humanas que, largamente apoiados na tradição marxiana, procurou repensar a tarefa da filosofia e do pensamento em geral à luz das transformações ocorridas no começo do Século XX. A obra de Walter Benjamin é composta de reflexões diversas e multifacetadas. Pensador e escritor prolífico, Benjamin se dedicou a diversos temas e áreas, da política à estética, da literatura à sociologia, ele foi capaz de conjugar pensamentos sobre os brinquedos infantis, o teatro, o rádio, o cinema, Goethe, Kafka, Proust, Döblin, Baudelaire, o haxixe, a arquitetura, o imposto sobre o vinho, a moda, entre outros, num caleidoscópio de impressões, preocupações e poesia.
Muitos comentadores se destacam entre nós, dentre eles, Jeanne-Marie Gagnebin, Michael Löwy, Márcio Seligman-Silva e Olgária Mattos, de modo que o Brasil é proeminente, no panorama internacional, como um país importante para o estudo da obra benjaminiana. Mais do que promover o desenvolvimento acadêmico, nos últimos anos, os trabalhos sobre Benjamin vêm ganhando popularidade, na medida em que o filósofo é crescentemente reconhecido como um pensador importante para a reflexão das questões sociais presentes. Em parte, isto se dá, compreensivelmente, pela atenção dada a Benjamin para a organização política da esquerda, criticando, revendo e redesenhando inúmeros elementos que via presente no marxismo de seu tempo.
Amigo de diversos pensadores importantes de seu tempo, como Scholem, Adorno, Brecht e Arendt, Benjamin nunca se inseriu de forma precisa em algum campo ou partido político. Recusou tanto o sionismo quanto o Partido Comunista. E deu ao marxismo uma imagem própria e pessoal.
Sobre o autor
Walter Benedix Schönflies Benjamin (Berlim, 15 de julho de 1892 – Portbou, 26 de setembro de 1940), foi um filósofo, ensaísta, crítico e homem de letras marxista alemão. Viveu em Paris por muitos anos, onde desenvolveu pesquisa na Biblioteca Nacional sobre a Paris do Segundo Império. Morreu, por overdose de morfina ao tentar fugir da iminente invasão nazista da França, na pequena cidade catalã de Portbou. É reconhecido como um dos mais importantes pensadores do século XX por sua compreensão extensa sobre o funcionamento da cultura capitalista e por seu diagnóstico preciso sobre os mecanismos do fascismo, além de por seu domínio e uso precioso da língua alemã.
Organizador
Gustavo Racy (São Paulo, 23 de maio de 1988), é antropólogo e filósofo, doutor em ciências sociais pela Universidade da Antuérpia e especialista na obra de Walter Benjamin. É editor da sobinfluencia edições e autor de diversos artigos em revistas nacionais e internacionais, e cursos livres sobre o pensamento benjaminiano e a cultura visual.