Tida como a mais importante obra em prosa de Aleksandr Serguêievitch Púchkin (1799-1837), o fundador da literatura russa moderna, A filha do capitão é um experimento magistral com o gênero do romance histórico. Fruto de rigorosa pesquisa, construído com extraordinária economia de recursos e permeado de um lirismo preciso, tão característico da poesia do autor, A filha do capitão é ambientado na revolta camponesa de 1773, liderada pelo cossaco Emelian Pugatchóv, que reivindicava o trono russo passando-se pelo falecido tsar Pedro III, marido de Catarina II.
Publicado em 1836, meses antes da morte de Púchkin em um duelo, o romance é narrado por Piotr Grinióv, jovem militar que é enviado para uma remota fortaleza e se apaixona pela filha do comandante local, quando irrompe a rebelião liderada por Pugatchóv.
Nesta nova edição desse clássico da literatura russa, a consagrada tradução de Boris Schnaiderman é complementada por um prefácio de Otto Maria Carpeaux, que aborda a biografia do autor e a importância de sua obra, e pelos capítulos iniciais da História de Pugatchóv, de 1834, o único estudo histórico que Púchkin publicou em vida.
Despre autor
Considerado o maior poeta russo de todos os tempos e o iniciador da literatura russa moderna, Aleksandr Púchkin nasceu em Moscou, em 1799. Filho de aristocratas, estudou no Liceu de Tsarskoie Sieló. Em 1820 publicou o poema épico nacionalista Ruslan e Liudmila, mais acabou sendo banido de Petersburgo em virtude de escritos políticos de tendência liberal. Exilado no Cáucaso, escreveu a peça Boris Godunov, lançada em 1831, e os primeiros capítulos do romance em versos Ievguêni Oniéguin, publicado em 1833. Autorizado a voltar à capital em 1826, casa-se com a bela Natália Gontcharova e com ela passa a frequentar a corte, tornando-se amigo do tsar. Escreve então obras-primas da prosa como os Contos de Biélkin (1831), a novela ‘A dama de espadas’ (1834) e o romance A filha do capitão (1836). Púchkin faleceu em 1837, dias após ser ferido em um duelo.