Com texto integral, a Retórica de Aristóteles tem primorosa tradução realizada por Edson Bini, direto do idioma grego, com notas e numeração de Immanuel Bekker.
Esta é uma das mais influentes obras mundo afora nos universos filosóficos, políticos e forenses.
Para Aristóteles, a retórica ou oratória é a arte do discurso que visa à persuasão.
Este tratado aborda, assim, de maneira ao mesmo tempo instigante, original e altamente instrucional, um tema que permanece universal e atual, de interesse indiscutível de todos nós: estudantes, estudiosos e profissionais da linguística, da ética, da política, do direito, da psicologia, intelectuais em geral e, numa palavra, profissionais de todas as áreas em que o discurso persuasivo se faz necessário.
A Retórica, por sua própria temática, é uma das obras exotéricas de Aristóteles que se destaca pela leveza e maior acessibilidade de sua exposição, distando dos tratados esotéricos, que primam pela abstração das ciências especulativas, na expressão do mestre do Liceu.
Despre autor
Aristóteles um dos maiores expoentes da Filosofia Grega Clássica, nasceu em Estagira e, por volta dos 17 ou 18 anos, mudou-se para Atenas. Frequentou a Academia de Platão, onde conheceu Teofrasto, o maior de seus discípulos, e produziu seu primeiro trabalho filosófico: Da Filosofia. Entre 342 ou 343 a.C. e 335 a.C., foi preceptor de Alexandre, o Grande, mudando-se para Pela. Nesse período, iniciou a produção de Constituições. Em 335 a.C., retornou a Atenas e fundou sua Escola no Liceu, onde ministrava aulas sobre lógica, matemática, física e metafísica, e também cursos de dialética e retórica. O curriculum que fixou nessa época para o Liceu serviu de base para as Universidades europeias durante mais de dois mil anos, até o século XIX. O período de 335 a 323 a.C. foi para ele o mais produtivo e fecundo, pois conjugava uma intensa atividade intelectual entre o ensino no Liceu e a redação de suas obras. Em 322 ou 321 a.C., optou pelo exílio voluntário e abandonou o Liceu e Atenas, transferindo-se para Cálcis, na Eubeia, onde morreu no mesmo ano, aos 63 anos.
Edson Bini é um consagrado e produtivo tradutor, sendo esta sua atividade principal há mais de 40 anos. Nasceu em São Paulo, em 02 de dezembro de 1946. O primeiro livro que leu na vida foi O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Aos 12 anos se apaixonou por filosofia quando leu pela primeira vez Platão. Estudou filosofia na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e seu interesse inicial pela língua grega foi despertado nas primeiras aulas do professor José Cavalcante de Souza (doutor em língua e literatura gregas) quando ele escrevia fragmentos dos pré-socráticos em grego no quadro negro. Nesta época, década de 70, iniciou sua atividade como tradutor e redator, além de se dedicar ao estudo da história das religiões. Trabalhou com o jornalista e escritor Ignácio de Loyola Brandão. Realizou dezenas de traduções nas áreas da filosofia, inclusive filosofia do direito, para as editoras Hemus, Ícone, Martins Fontes, Landy, Loyola e há quase 20 anos é tradutor da Edipro, ocupando-se principalmente da tradução anotada, de cunho marcantemente didático e formativo, de grandes obras da filosofia grega antiga, embora haja também trazido para nosso vernáculo, autores como Maquiavel, Kant, Montesquieu, Nietzsche, Rousseau, Bacon e Descartes. Dedicando-se, sobretudo, à tradução anotada durante este período, seu trabalho que ganhou maior notoriedade foi a tradução das obras completas de Platão e na sequência obras de Aristóteles.