Primeira parte do livro ‘Pensamento feminista brasileiro: formação e contexto’, organizado por Heloisa Buarque de Hollanda, que busca abordagens e perspectivas diversas no sentido de oferecer às leitoras e leitores um conjunto multifacetado das tentativas iniciais de pensar a constituição de u pensamento feminista no Brasil.
Traz uma amostragem de pesquisas que pretenderam organizar a história do feminismo brasileiro, ou momentos importantes dessa história. O artigo de Constância Lima Duarte oferece um cruzamento importante entre história e literatura como forma de relatar a trajetória do feminismo em seus primeiros tempos. O de Branca Moreira Alvez apresenta um resumo histórico do movimento sufragista, baseado em seu livro Ideologia e feminismo: a luta da mulher pelo voto no Brasil (1980). O artigo de Rita Teresinha Schmidt procura recuperar a força de duas escritoras pouco conhecida S, mas que intervêm corajosamente no movimento de criação de narrativas para a constituição de uma genealogia da nação brasileira, reclamando a inclusão, nessas narrativas, das questões da diferença e da exclusão social. Jaqueline Pintaguy, por sua vez, relata as conquistas feministas na constituinte de 1987 – ela mesma personagem dessa luta conhecida como ‘lobby do batom’ –, enquanto Bila Sorj faz uma reflexão sobre as formas de inserção dos estudos feministas no quadro das teorias modernas sobre os movimentos sociais no advento das quebras paradigmáticas da filosofia pós-moderna. Por fim, o trabalho referente às pesquisas sobre mulher no Brasil, escrito por Albertina Costa, Carmen Barroso e Cynthia Sarti,
Despre autor
Sobre a organizadora:
Heloisa Buarque de Hollanda Formada em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Pu C-Rio), é mestre e doutora em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-doutorado em Sociologia da Cultura na Universidade de Columbia, Estados Unidos. É professora emérita da Escola de Comunicação da UFRJ, dedicada aos estudos culturais, com ênfase nas teorias críticas da cultura, tendo ainda importante atuação como crítica literária, ensaísta, antologista e editora. É autora dos livros Macunaíma, da literatura ao cinema (1978), Impressões de viagem (1992); e organizadora de obras como 26 poetas hoje (1976), Y nosotras latino americanas? Estudos de raça e gênero (1992), Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura (1994) e Explosão feminista (2018).
Sobre as autoras:
Albertina de Oliveira Costa: Formada em Ciências Sociais pela USP, é pesquisadora sênior na Fundação Carlos Chagas, onde desenvolve, desde os anos 1970, diversos estudos na área do feminismo, estudos de gênero, movimentos sociais e direitos humanos.
Bila Sorj: Formada e mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Haifa, Israel, é doutora em Sociologia pela Universidade de Manchester e professora titular do Departamento de Ciências Sociais da UFRJ.
Branca Moreira Alves: Formada em História pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e mestre em Ciências Políticas pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), onde apresentou a dissertação Ideologia e feminismo: a luta pelo voto no Brasil. Foi a primeira presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro e chefiou o primeiro escritório do Unifem para o Cone Sul.
Carmen Barroso: Formada em Ciências Sociais, atuou como pesquisadora na Fundação Carlos Chagas, participando de ações e estudos pioneiros sobre gênero no Brasil, e, a partir dos anos 1970, como professora na Universidade de São Paulo (u SP). Dirigiu o Programa de População e Saúde Reprodutiva da Fundação Mac Arthur e se tornou diretora da International Planned Parenthood Federation para o Hemisfério Ociden- tal, em Nova York. Em 2016, recebeu o prêmio Populações das Nações Unidas, que reconhece trabalhos notáveis nas áreas de população e saúde. É membro do Grupo Independente de Especialistas da Estratégia Global da ONu sobre Saúde, Mulher, Crianças e Adolescentes.
Constância Lima Duarte: Formada em Letras pela UFMG, mestre em Letras pela PUC-Rio e doutora em Literatura Brasileira pela USP, com pós-doutorado pela UFRJ e pela UFSC.
Cynthia Sarti: Formada em Ciências Sociais pela USP, mestre em Ciências Sociais e doutora em Antropologia pela mesma universidade, é livre-docente pelo Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Desde 1994, é professora na Unifesp.