Entregadores, motoristas, anotadores de dados para inteligência artificial, criadores de conteúdo para redes sociais, trabalhadoras domésticas… Todas essas atividades de trabalho – e muitas outras – têm sido executadas por meio de plataformas digitais. Isso tem transformado setores que já existiam e criado outros, por meio de mecanismos poderosos de dependência e controle. A plataformização do trabalho – ou seja, o crescente uso de plataformas digitais para executar atividades de trabalho – tende a generalização para toda a economia, com diferentes perfis e contextos. Isso envolve formas de extração de dados e automatização de processos com resultados nada promissores para os trabalhadores. Trabalho por plataformas digitais oferece uma introdução crítica a este fenômeno explicando os principais conceitos, apresentando quem trabalha por plataformas digitais e quais os fundamentos e histórias por trás disso. Nem tudo é exatamente novo como parece e muitas vezes as plataformas concorrem para intensificar desigualdades já existentes. Mas o que fazer em relação a isso? Quais os caminhos para uma economia digital mais digna e democrática? Apoiados tanto em autores de referência como em exemplos práticos, os professores e pesquisadores Rafael Grohmann e Julice Salvagni discutem algumas possibilidades, como a regulação, a organização de trabalhadores e a construção de alternativas ao trabalho por plataformas, como o cooperativismo de plataforma e as plataformas de propriedade de trabalhadores. O livro é parte da coleção Democracia Digital, organizada pelo professor e sociólogo Sergio Amadeu da Silveira.
Cuprins
SUMÁRIO
Apresentação
Prefácio
Introdução
Capítulo 1
O que é trabalho por plataformas digitais?
Tecnologias digitais e trabalho
O problema conceitual: muitos nomes e poucas certezas
O trabalho por plataformas digitais
Plataformas como meios de produção e comunicação
Laboratórios
Capítulo 2
Quem trabalha por plataformas?
As dificuldades nas tipologias
Não existe só um perfil
Entregadores e motoristas: os mais conhecidos
Trabalhando para a inteligência artificial
Fazendas de cliques
O frila está plataformizado e generalizado
Criadores de conteúdo
Saúde, educação, games…
Capítulo 3
Mecanismos do trabalho por plataformas
Gerenciamento algorítmico
Dataficação: os dados como forma de capital
Financeirização
Racionalidade neoliberal
Discursos das plataformas
Infraestruturas e design das plataformas
Capítulo 4
O que fazer? Saídas para o trabalho por plataformas
Desafios da regulação do trabalho por plataformas
Trabalho decente em plataformas
Organização de trabalhadores por plataformas
A comunicação na organização de trabalhadores plataformizados
Ciência de dados por trabalhadores
Capítulo 5
Cooperativismo de plataforma
Uma visão sobre cooperativas
Cooperativismo de plataforma: possibilidades e limites
Características do cooperativismo de plataforma
Políticas públicas para o Brasil
Exemplos de plataformas cooperativas
Críticas e limites
Aprender com o passado, construir protótipos
Futuros?
Referências
Agradecimentos
Sobre os autores
Créditos
Despre autor
érgio Amadeu da Silveira