Clássico à frente de seu tempo, de uma das grandes escritoras inglesas do século XIX. Elizabeth Gaskell escreveu este romance em meio à crescente Revolução Industrial, ocorrida no século XIX. Embora ela não tivesse a intenção de apoiar a luta trabalhista, o livro chegou a ser considerado subversivo devido à sensibilidade com que lida com a causa dos trabalhadores. Além disso, sua protagonista ganha status de heroína, papel que em geral não cabia às mocinhas da época. A trama se desenvolve em torno de John Barton, que leva uma vida difícil em meio à situação precária dos operários de Manchester, e cria sozinho sua filha, Mary. A moça logo começa a trabalhar como costureira para ajudar seu velho pai, porém, inesperadamente, ela se ilude com as propostas do rico Henry Carson, apesar de seu coração bater mais forte pelo operário Jem, um jovem amigo da família. Assim se forma o triângulo amoroso que permeia a trama. Gaskell nos apresenta um final surpreendente, tanto para o embate social quanto para o desfecho amoroso.
Despre autor
Elizabeth Gaskell foi uma romancista e contista britânica, além de ter sido a primeira biógrafa de Charlotte Brontë. Sua obra é bastante vasta, incluindo um volume de poesia, livros de contos e histórias de fantasmas — algumas publicadas por Charles Dickens na revista Household Words —, além de romances pautados pela temática social que se destacava na Inglaterra em meados do século XIX. De família burguesa, ela se casou com William Gaskell e estabeleceu-se em Manchester, cidade que traria inspiração para seus livros que t ratam da Revolução Industrial, como Mary Barton. Tornou-se popular devido ao seu estilo de escrita distinto, pontuado por palavras do dialeto local, um artifício incomum à época. Ainda que se mantivesse dentro das convenções vitorianas, sempre enfatizou o papel das mulheres, apresentando protagonistas femininas fortes e dinâmicas.