Se Emily Dickson pode ser considerada a garota triste original em língua inglesa, nós temos Florbela Espanca, poetisa que abriu portas e teve certo reconhecimento no início do século xx, mas infelizmente só se tornou prestigiada e influente depois de falecida. Sua vida é lembrada pelo pioneirismo – foi das primeiras mulheres a frequentar o Liceu Nacional e depois a Faculdade de Direito de Lisboa, a traduzir romances e a escrever para revistas – e marcada por tragédias – aborto espontâneo, doenças no pulmão, perda da mãe, irmão, madrasta… –, que culminaram em diagnóstico de neurose e depois em suicídio, em 1930 e com apenas 36 anos.
[trecho do prefácio de Wellington Souza]
Despre autor
Florbela Espanca pode ser carinhosamente chamada de a garota triste original – a poeta portuguesa abalou o início do século passado estreando uma melancolia estética e pulsante, autenticidade na voz e feminismo efervecente. Publicou em vida dois livros de poesia: em 1919 Livro de mágoas teve a tiragem de 200 cópias esgotada rapidamente; em 1923 lançou Livro de sóror e saudade. Antes de partir em 1930 por suicídio deixou Charneca em Flor pronto e com as provas tipográficas certas, tido como sua obra-prima, foi publicado um ano depois. De Florbela vive a saudade em todos que a amaram e a sua marca no mundo da literatura. Que as futuras gerações subam em seu ombro para enchergarem mais longe.