Algo assombra os antigos Natais. Em uma seleção especial com doze histórias de grandes mestres do suspense e fantasia, incluindo contos inéditos no Brasil, acompanhe fantasmas, moradores de mansões inadvertidos, antiquários recheados de vultos, festas de Natal com visitantes espectrais e outros enredos assombrados. Contos presentes neste volume: Ceias fantasmagóricas, Jerome K. Jerome; A história dos goblins, Charles Dickens; A história da velha ama, Elizabeth Gaskell; Smee, A. M. Burrage; O fantasma de Irtonwood, Elinor Glyn; Horror: Uma história real, John Berwick Harwood; Encontro de Natal, Rosemary Timperley; Markheim, Robert Louis Stevenson; O fantasma da véspera de Natal, J. M. Barrie; A história de Natal de Thurlow, John Kendrick Bangs; A bolsa de viagem, Algernon Blackwood; O prato Crown Derby, Marjorie Bowen.
Despre autor
Marjorie Bowen (1885-1952)
Marjorie Bowen, pseudônimo de Margaret Campbell, é das mais influentes escritoras de histórias de terror. Autora de mais de 150 publicações, influenciou gerações de autores.
Após a morte prematura do pai alcoólatra e a criação por parte de uma mãe solteira e pouco presente, a família sofreu com a pobreza. Por muito tempo, com o dinheiro que ganhava com sua carreira de escritora, Bowen foi a principal provedora de sua família.
Com apenas 16 anos, escreveu seu primeiro livro intitulado The Viper of Milan, um romance histórico que se passa na Itália do século 14. O livro foi recusado por onze editoras por conter uma violência explícita considerada inadequada para uma autora mulher. Entretanto, quando publicado, se tornou um best-seller, o que garantiu um início promissor de uma carreira notória.
Seu legado seria marcado por suas histórias de terror. Em sua autobiografia, Margaret Campbell comenta sobre várias casas mal-assombradas que viveu ao longo da vida e como serviram de inspiração. Em uma delas, Bowen e sua família perceberam acontecimentos estranhos, como luzes piscando, passos e barulhos irreconhecíveis. Ela tirou dali a inspiração para o que se tornaria uma carreira de enredos sobrenaturais.
Elizabeth Gaskell (1810-1865)
Em meados da Era Vitoriana, com o conservadorismo inglês em seu auge, uma mulher marcaria a literatura de forma irrevogável, com reflexões à frente de seu tempo.
Sua empatia pela crescente classe trabalhadora que precisava se submeter a condições precárias de trabalho, se tornou um mote para alguns de seus trabalhos mais emblemáticos. Mary Barton, seu primeiro romance, foi publicado de forma anônima em 1848 e causou impacto imediato, chamando a atenção de outros escritores da época, entre eles Charles Dickens, que se tornaria um parceiro de trabalho. Suas narrativas envolvem protagonismo feminino, as relações entre empregadores e trabalhadores, o contexto da Revolução Industrial e suas consequências.
Gaskell também ficou reconhecida pela biografia que escreveu sobre outra icônica mulher da literatura e amiga íntima: Charlotte Brontë. Enquanto seus romances exploravam assuntos mais densos, suas histórias sobrenaturais abriam portas para outros autores e gêneros. Elizabeth Gaskell foi pioneira dentro das histórias góticas de horror. Enquanto diversos escritores optavam por narrativas mais realistas em que o sobrenatural podia ser explicado, Gaskell explorava o sobrenatural puro.
A história de uma velha ama, que você encontra neste livro, é um exemplo. O conto foi escrito em 1852 a ser publicado na edição de Natal da Household Words, uma revista mensal editada por Charles Dickens em 1850, que também seria a casa de diversas outras obras de Elizabeth Gaskell.
Rosemary Timperley (1920-1988)
Professora, escritora, jornalista, roteirista, editora são algumas das profissões que Rosemary Timperley exerceu ao longo de sua vida. Londrina de nascença, filha de pai arquiteto e mãe professora, Timperley seguiu a profissão de sua mãe. Tornou-se professora após se graduar em história e, em meados da década de 1940, enquanto ainda trabalhava como professora de inglês e história, enviou alguns contos para revistas e jornais. Após ter seu primeiro trabalho publicado em 1946, na Illustrated, uma revista da época, passou a se dedicar integralmente à escrita.
Além de escrever contos e romances, Rosemery Timperley trabalhou como freelancer, jornalista e roteirista de rádio e para a televisão. Contar e escrever histórias guiou grande parte de sua vida. Publicou dezenas de histórias em pouco mais de 30 anos de carreira. Tornou-se mais conhecida por suas histórias de fantasmas, publicadas em diversas antologias. Encontro de Natal, publicado em 1952, é um de seus contos mais famosos.