Uma seleção de 17 contos entre os melhores de Machado de Assis, feita sob o criterioso olhar do escritor Luiz Ruffato.
Grande mestre do conto e do romance, Machado de Assis escreveu algumas das mais brilhantes histórias curtas da literatura brasileira e mundial. O escrivão Coimbra e outros contos reúne 17 delas e se estrutura em ordem cronológica reversa, começando pela narrativa que lhe dá título, a última publicada pelo escritor. Estão também o trágico ‘Pai contra mãe’ e o amoral ‘Umas férias’; o erótico ‘Missa do galo’ e ‘Um homem célebre’, cheio de humor. Estes aparecem intercalados por ‘O caso da vara’, um dos três contos da antologia que abordam a escravidão, ao lado de ‘Pai contra mãe’ e ‘Mariana’. Surgem histórias em primeira pessoa, com anti-heróis como narradores. Os elementos de terror são a matéria-prima de ‘A causa secreta’, ‘O enfermeiro’ e ‘O espelho’. Tão moral quanto imoral é ‘Teoria do medalhão’, uma súmula das ‘receitas de sucesso’ dos brasileiros materialmente bem-sucedidos – o que o aproxima de ‘Conto de escola’. Por fim, as desilusões amorosas surgem em ‘A cartomante’, ‘Noite de almirante’, ‘Singular ocorrência’ e ‘Confissões de uma viúva moça’, este o mais antigo da antologia.
Despre autor
Joaquim Maria Machado de Assis foi tipógrafo, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e dramaturgo, sendo o maior escritor brasileiro e um dos grandes da literatura brasileira e universal. Nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu na mesma cidade, em 29 de setembro de 1908.
Nascido no Morro do Livramento, filho do pintor de paredes e dourador negro Francisco José de Assis e da costureira portuguesa Maria Leopoldina da Câmara Machado, viveu uma infância humilde, sofrendo a perda da mãe aos 10 anos de idade. Em 1855, Paula Brito dá a Machado de Assis um emprego como aprendiz de tipógrafo em sua oficina e acaba por apresentar a ele o meio intelectual da época. Como nos lembra Luiz Ruffato em seu prefácio à esta antologia, desde então Machado manterá, até a morte, frequente colaboração em jornais e revistas, publicando poemas, crônicas, contos, peças de teatro, ensaios e romances em folhetim. Dedica-se também à carreira burocrática, de 1867 até dois meses antes de sua morte, quando ainda dava expediente no Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas como diretor-geral de Contabilidade, atuando ainda, em paralelo, como jornalista.
De sua vastíssima obra, destacam-se quatro romances fundamentais (Memórias póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e Esaú e Jacó); dois ensaios basilares (‘O ideal do crítico’ e ‘Instinto de nacionalidade’); quatro poemas dignos de figurar em qualquer antologia do gênero (‘Círculo vicioso’, ‘Uma criatura’, ‘Soneto de Natal’ e ‘A Carolina’); e pelo menos duas dúzias de obras-primas da narrativa curta. Tinha 19 anos quando publicou seu primeiro texto de prosa ficcional, ‘Três tesouros perdidos’, e o último, ‘O escrivão Coimbra’, um ano e oito meses antes de morrer.