Uma análise sóbria, cristalina e quente do terremoto político que tomou conta do Brasil.
Nos últimos anos, Marcos Nobre se consolidou como um dos analistas políticos mais agudos do país. Seus artigos e entrevistas, publicados de forma regular em diversos veículos da imprensa, iluminam a realidade brasileira com doses generosas de clareza e complexidade.
Neste livro, essas qualidades saltam à vista. A pandemia, segundo o autor, acentuou o traço decisivo do governo Bolsonaro: a política de guerra, em que o adversário político se torna um inimigo a ser exterminado. Em sua cruzada autoritária, o atual governante visa nada menos que a destruição da democracia.
Como foi possível a eleição de um líder assim? Que tipo de governo ele conduziu até a chegada da Covid-19? O que a pandemia significou para a maneira de fazer política que ele instaurou?
Com lucidez e sobriedade, Nobre responde a essas e outras questões. Seu texto é um chamado ao diálogo. ‘A raiva desmensurada que desperta o escárnio presidencial pela vida precisa encontrar a sua devida canalização institucional democrática’, lembra o autor.
É preciso encontrar um modo de sair do impasse. Insistir na intolerância contra seus apoiadores é aceitar o desejo de morte que fundamenta o discurso do presidente. E isso apenas fortalece a cultura bolsonarista.
Despre autor
Marcos Nobre é professor do Departamento de Filosofia da Unicamp. É autor de ‘Lukács e os limites da reificação’, ‘A dialética negativa de Theodor W. Adorno’, ‘A Teoria Crítica’, ‘Imobilismo em movimento’, entre outros livros. Também atua como pesquisador do Cebrap, tendo publicado numerosos artigos na revista Novos Estudos. Pela Todavia, publicou ‘Como nasce o novo’ (2018).