A difusão da internet e das redes sociais digitais gerou no mundo todo novas formas e práticas de participação e de conflitos sociais. As manifestações de junho de 2013 no Brasil, a Primavera Árabe na África do Norte, os movimentos dos Indignados na Espanha e o Occupy Wall Street nos Estados Unidos são alguns dos exemplos mais conhecidos de formas de participação direta que se desenvolveram a partir das interações on-line, para sucessivamente ganhar os espaços físicos, sem nunca, porém, abandonar a dimensão conectiva digital.
Em seus diversos contextos e formatos, esses novos modos de participação exprimem, além do acesso generalizado e sem mediação, um tipo particular de ecologia da ação, não apenas virtual, nem somente presencial, denominada net-ativismo. Esse fenômeno, que vem sendo analisado nas principais universidades nacionais e estrangeiras, é apresentado aqui por alguns de seus mais importantes estudiosos. Com diversas abordagens, eles apontam as múltiplas questões e os aspectos envolvidos no tema.
Cuprins
APRESENTAÇÃO
Massimo Di Felice, Eliete Pereira e Erick Roza
PARTE I – NET-ATIVISMO: AS DIMENSÕES INFORMATIVAS DA PARTICIPAÇÃO E DO CONFLITO
1. NET-ATIVISMO E ECOLOGIA DA AÇÃO EM CONTEXTOS RETICULARES
Massimo Di Felice
2. A ESFERA PÚBLICA DO SÉCULO XXI
Pierre Lévy
3. ‘NET-ATIVISMO’: DO MITO TRADICIONAL À CIBERCULTURA PÓS-MODERNA
Michel Maffesoli
4. POSSIBILITANDO DIGITALMENTE A MUDANÇA SOCIAL: APROVEITANDO
AFFORDANCES E PROMOVENDO A MUDANÇA
Jennifer Earl
5. EM DIREÇÃO A UMA NOVA ECOLOGIA RELACIONAL
Stéphane Hugon
6. REDES E ATIVISMO
Isabel Babo
7. POLÍTICA NAS REDES E NAS RUAS
Lucia Santaella
8. A HABILITAÇÃO DO SENSO COMUM NAS ESFERAS HETERÁRQUICAS DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO: O ENTORNO CULTURAL PALINÓDICO
Sérgio Bairon
9. SOBRE A AÇÃO NAS REDES DIGITAIS: DA ‘AÇÃO TRANSITIVA’ AO ‘ATO CONECTIVO’
Eli Borges Júnior
PARTE II – AS EXPERIÊNCIAS NET-ATIVISTAS NO BRASIL E NO MUNDO
Argélia
10. DISCURSO DE MUDANÇA NAS DISCUSSÕES
ON-LINE: NET-ATIVISMO DE EFERVESCÊNCIA
Aissa Merah
Brasil
11. A EXPERIÊNCIA NET-ATIVISTA DAS VADIAS NO BRASIL
Erick Roza e Raquel Melo
12. NET-ATIVISMO INDÍGENA BRASILEIRO: NOTAS SOBRE A ATUAÇÃO COMUNICATIVA INDÍGENA NAS REDES DIGITAIS
Eliete Pereira
Colômbia
13. OUSE BOGOTÁ – HOLLABACK: NET-ATIVISMO E ASSÉDIO DE RUA
María Luján Tubio
Egito
14. O PROTESTO DOS EGÍPCIOS MIGRANTES PELO DIREITO AO VOTO: UM CASO DE NET-ATIVISMO TRANSNACIONAL
Marta Severo
Itália
15. A REDE DECIDE? O CASO DO MOVIMENTO 5 ESTRELAS
Stefano Bory
16. GASTRONOMIA E REDES DIGITAIS: DO CONSUMO CRÍTICO AO NET-ATIVISMO
Tito Vagni
17. ESFERA PÚBLICA EMOCIONAL E FORMAS DE RESISTÊNCIA SOCIAL
Massimo Cerulo
Líbia
18. OS CIBERATIVISTAS LÍBIOS E A LUTA CONTRA O AUTORITARISMO
Sihem Najar
México
19. EVOCAÇÕES DO ZAPATISMO: INTERNET, ATIVISMO E POLÍTICA
José Alberto Sánchez Martínez
Portugal
20. DOS MANIFESTOS AOS PIRATAS INFORMÁTICOS DE UMA GERAÇÃO À RASCA: NET-ATIVISMO NAS REDES PORTUGUESAS
Marina Magalhães de Morais
Tunísia
21. AS NTICs PELO PRISMA DA ETNOTECNOLOGIA
Pierre-Noël Denieuil
22. ‘O ROLLS-ROYCE E O FUSCA’: CONTROVÉRSIAS DA ESCRITA OU A IMPORTÂNCIA POLÍTICA DAS ESCRITAS NO FACEBOOK
Myriam Achour Kallel
Despre autor
Massimo Di Felice (org.) tem doutorado em Ciências da Comunicação, com pós-doutorado em Sociologia (Universidade Paris V-Sorbonne). É professor livre-docente da ECA/USP, onde coordena o Centro de Pesquisa Atopos, além de professor visitante da Universidade Paul Valéry Montpellier e da Universidade Lusófona do Porto. Cofundador do Centro de Pesquisa Sostenibilia (Universidade La Sapienza de Roma), é diretor científico do Instituto Toposofia. Tem ensaios e artigos publicados em vários países. No Brasil, coordena a coleção Era Digital (Difusão) e a coleção Atopos (Annablume).
Erick Roza (org.), doutor em Comunicação Social (USP), é membro do Centro de Pesquisa Atopos (ECA/USP) e pesquisador no estudo internacional ‘Net-ativismo: Ações colaborativas nas redes digitais e nos territórios informativos’. É coautor do livro Empresas e consumidores em rede: Um estudo das práticas colaborativas no Brasil.
Eliete Pereira (org.) doutora em Ciências da Comunicação (USP), é professora efetiva da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Pós-doutora em Museologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, é historiadora e mestre em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília. No Centro de Pesquisa Atopos da ECA-USP, coordena a linha de pesquisa ‘Tekó: As redes digitais indígenas’. É autora do livro Ciborgues indí[email protected]: A presença nativa no ciberespaço.