A segunda espada: uma história de maio é a primeira publicação literária de Peter Handke após receber o Prêmio Nobel de Literatura 2019. Foi aguardada com grande expectativa, sobretudo porque a laureação do autor fez crescer a controvérsia envolvendo seu nome e a Guerra da Bósnia.
O livro não trata dessa polêmica diretamente, mas, por ser a narração de uma vingança contra um jornalista, há quem diga que o texto é uma ‘alfinetada’ da literatura em certo tipo de jornalismo que insiste em alimentar sensacionalismos.
Com uma narrativa enigmática, em A segunda espada acompanhamos um ‘herói’ que abre sua história reconhecendo no espelho diante de si a imagem de um vingador. Esse narrador em primeira pessoa, então, se propõe a executar um jornalista que havia acusado sua mãe, em um artigo de jornal, de ser nazista. No entanto, quanto mais perto do seu objetivo, mais suas intenções ficam em segundo plano. Feito com a maestria de um escritor que se orgulha em ser sucessor de nomes como Homero, Cervantes, Tolstói, todos estes também excelentes na arte da digressão.
A segunda espada: uma história de maio, portanto, por meio de uma história bastante palpável, e até mesmo violenta, conta outra história — aliás com um final surpreendente — e, portanto, outra realidade, talvez ainda mais real do que a primeira, do que a mais aparente.
Cuprins
1. Vingança tardia
2. A segunda espada
Despre autor
Dados pessoais: Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2019, Peter Handke é um dos maiores escritores de língua alemã. Tornou-se conhecido nos anos 1970 como roteirista de Wim Wenders e por obras como ‘O Medo do Goleiro Diante do Pênalti’, ‘A Mulher Canhota’ (também filmado por ele) e ‘Tarde de Um Escritor’. Produto por excelência da dissolução do Império Austro-Húngaro e mais tarde da Iugoslávia (a mãe era eslovena, o pai austríaco), sua escrita é fortemente marcada pelo desassossego centro-europeu e das margens do Danúbio. Sua rebeldia é igualmente literária, com todo proveito para sua vasta e refinada obra.