‘Uma recordação de infância de Leonardo da Vinci’ (1910) é um exemplo controverso de psicanálise aplicada; Freud se baseia em trechos dos diários do artista renascentista para analisar as repercussões do desenvolvimento sexual infantil no homem adulto, a partir de sua teoria psicossexual. Já ‘Sobre a psicogênese de um caso de homossexualidade feminina’ (1920) traz o relato do caso clínico de uma jovem que o psicanalista tratou durante quatro meses, levada a seu consultório pelos pais, que queriam uma ‘cura’ para a homossexualidade da filha.
Eis aqui dois textos instigantes que dão mostra da genialidade de Sigmund Freud – e também das limitações de suas teorias e aplicações; limitações que, mais de um século após a redação destes trabalhos, seguem iluminando o caminho para o aprofundamento das reflexões psicanalíticas.
Despre autor
Nasceu em Freiberg, na Morávia (hoje República Tcheca). Devido a problemas econômicos, sua família se mudou para a Aústria em 1860. Aos 17 anos, Freud ingressou na Universidade de Viena para estudar medicina. Em 1886, se casou com Martha Bernays e abriu uma clínica especializada em distúrbios nervosos, onde desenvolveu o princípio da psicanálise. No ano de 1900, foi designado professor na mesma universidade. Em 1938, refugiou-se com sua família em Londres, em função da perseguição nazista. Depois de sofrer dezenas de intervenções cirúrgicas devido a um câncer de palato, Freud faleceu, em 1939. Entre suas obras mais conhecidas se encontram ‘A interpretação dos sonhos’ (1900), ‘Totem e tabu’ (1912) e ‘O ego e o id’ (1923).