Em ‘Um objeto cortante’, segundo livro da poeta Alexandra Maia, a força do feminino modela as palavras e as transforma em faca. Faca que corta, certeira, faca que rabisca imagens com a delicadeza necessária para colocar o leitor em um fio suspenso, equilibrado pela autora com mestria. Alexandra é íntima das palavras, faz delas corpo robusto, encarando a vida em sua complexidade, entre proximidades e distâncias intensas.
‘Um objecto corta, entre margem de sorriso e margem de nervo, a nossa paz de ler sem sermos tocados. Aqui os objectos escritos, descritos, falados, propostos — tocam. E pode doer.’ (Ondjaki)
‘Precisei viver outras coisas para lançar esse segundo livro’, explica a escritora, que dessa vez escreveu sobre o amor e a falta dele. ‘Não só o amor pelo outro. Também pela solidão, pelo escrever, pelo tempo, pelas pessoas que me rodeiam. E é também um mergulho. Há um poema logo no início (‘Depois’), que fala sobre o que é mergulhar em si e, de dentro, entender as pérolas que os poemas são’, afirma Alexandra, que recebeu elogios pela obra do poeta angolano Ondjaki e da premiada poetisa brasileira Adélia Prado.
Об авторе
Alexandra Maia é carioca, poeta, jornalista, produtora de cinema e teatro. Seu primeiro livro de poemas, Coração na Boca, foi editado pela Sette Letras, em 1999. Publicou também 100 anos de poesia, um panorama da poesia brasileira no século XX (O Verso Edições, 2000) e participou da coletânea de poemas Ver o verso, em mãos (O Verso Edições, 2000), livro do grupo de recital Ver o Verso.