‘Santo Agostinho (354-430) foi um dos grandes pensadores do ocidente. Em sua vastíssima obra no campo filosófico e teológico, buscou mostrar que a tradição cristã não se opõe à reflexão filosófica, mas era capaz de complementá-la. Em seus escritos, podemos encontrar reflexões valorosas sobre os mais diversos temas: o corpo, a imaginação, a memória, os sonhos, o conhecimento, o mal, o livre-arbítrio, a liberdade, a política, a natureza, a graça, a lei, a predestinação, a interioridade, a sabedoria e a natureza de Deus. A maior parte de seus livros foi escrita a partir de controvérsias com algumas doutrinas de sua época, como o maniqueísmo, o donatismo e o pelagianismo. Tinha grande notoriedade como pensador da antiguidade tardia e, como consequência, passou a ocupar um lugar relevante na tradição cristã. Por esse motivo, sua obra foi leitura comum entre reformadores e contrarreformadores nas controvérsias teológicas da modernidade: Lutero, Calvino, Jansenius, Molinistas e Dominicanos beberam da inesgotável reflexão agostiniana, especialmente sobre o tema da graça, dando origem às mais variadas linhas teológicas. Apesar dos inúmeros estudos voltados aos grandes temas agostinianos, o livro Agostinho: pensador da graça, de Anthony Dupont, nos mostra que ainda estamos diante de uma obra em aberto e capaz de intrigar os leitores do século XXI.’
Andrei Venturini Martins
Об авторе
ANTHONY DUPONT (AUTOR)
É Professor-Pesquisador em Antiguidade Cristã na Faculdade de Teologia e Estudos Religiosos, Universidade Católica de Leuveun (KU Leuven), na Bélgica. Em geral, sua pesquisa versa sobre a graça divina e a liberdade humana no antigo Norte da África e, particularmente, nos escritos de Agostinho de Hipona e na controvérsia Pelagiana. Mais amplamente, interessa-se pelos sermões cristãos, como um gênero literário emergente, e pela história da ideia do pecado original.
ANDREI VENTURINI MARTINS
É doutor em Filosofia pela PUC-SP (2011). É professor no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), membro da Associação Brasileira de Filosofia da Religião (ABFR) e professor colaborador da pós-graduação stricto sensu em Filosofia da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA — Ceará/Sobral). É autor do comentário e tradução da obra Discurso da Reforma do Homem Interior, de Cornelius Jansenius (Filocalia, 2016) e dos seguintes livros: Do Reino Nefasto do Amor-Próprio: a origem do mal em Blaise Pascal (Filocalia, 2017); O que é o Homem? (Editora CRV, 2018); A Verdade é Insuportável: ensaios sobre a hipocrisia (Filocalia, 2019) e Joaquim Nabuco: um abolicionista liberal do Brasil (Editora É Realizações, 2022).
CAUÊ RIBEIRO FOGAÇA
É bacharel em Filosofia pela Faculdade de São Bento de São Paulo (FSB/2017), em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP/2021) e pós-graduado em Cristologia pelo Centro Universitário da Católica de Santa Catarina. Tem particular interesse na grande área de antropologia filosófico-teológica e seus desdobramentos.