O DOUTOR NEGRO de Arthur Conan Doyle, tradução de Monteiro Lobato.
Por cerca de dez anos CONAN DOYLE abandonou seu personagem mais famoso para dedicar-se aos contos de horror sobrenatural, psicológico e grotesco. Sorte nossa que agora os temos à mão. A tradução é de Monteiro Lobato, o escritor que não só nos legou personagens inesquecíveis, como também foi editor e tradutor incansável.
A primeira edição de O DOUTOR NEGRO foi lançada no Brasil em 1934 e aqui mantivemos os treze contos originais. Neles, o leitor enfrentará a imaginação genial de Conan Doyle, ao apresentar casos intrigantes com final por vezes de simplicidade surpreendente.
Também fatos históricos serviram de inspiração ao autor. É assim com o Levante dos Boxers e da misteriosa sociedade secreta Punhos Harmoniosos e Justiceiros, em O Caviar, ou os crimes da marquesa envenenadora em série, em O Funil de Couro.
E é Conan Doyle quem indica o local ideal para a leitura desses contos: em volta do fogo, numa noite de inverno, caso ‘um autor pudesse escolher a hora e o local da leitura de sua obra, tal como o artista que escolhe a iluminação e o local ideais para exibir um quadro seu’.
Contos que integram esta edição, são:
O gato brasileiro / O funil de couro / O caçador de besouros / O caviar / O peitoral judaico / O unicórnio / O trem perdido / O pé de meu tio / O professor da Lea House School / A mão morena / O demônio da tanoaria / O Doutor Negro
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PARA SABER MAIS A RESPEITO DE O DOUTOR NEGRO
Por cerca de dez anos Conan Doyle abandonou seu famoso personagem para dedicar-se aos contos de horror sobrenatural, psicológico e grotesco. Sorte nossa que agora podemos tê-los à mão.
POR QUE PENSAMOS EM PUBLICAR ESSE LIVRO
Primeiro motivo: Em meados da última década do século XIX, CONAN DOYLE era um escritor reconhecido e seu personagem SHERLOCK HOLMES um sucesso. Foi nesse contexto que o escritor Conan Doyle decidiu matar Sherlock e dedicar-se a escrever contos de horror sobrenatural, psicológico e grotesco.
Segundo motivo: A primeira edição de DOUTOR NEGRO foi lançada no Brasil em 1934 e está esgotada há anos. Nesta nova edição, mantivemos a seleção dos 13 contos originais!
Terceiro motivo: A tradução é de Monteiro Lobato, o escritor que não só nos legou personagens inesquecíveis, como também foi editor e tradutor incansável.
Quarto motivo: O mais legal, em Conan Doyle, é se deparar com sua imaginação genial, acompanhar seus casos intrigantes com finais por vezes de uma simplicidade surpreendente. Outra característica dessa fase do escritor, é que ele busca inspiração em fatos históricos. É assim com o Levante dos Boxers e da misteriosa sociedade secreta Punhos Harmoniosos e Justiceiros, em O caviar, ou os crimes da marquesa envenenadora em série, em O funil de couro.
E é Conan Doyle quem indica o local ideal para a leitura desses contos: em volta do fogo, numa noite de inverno, caso ‘um autor pudesse escolher a hora e o local da leitura da sua obra, tal como o artista que escolhe a iluminação e o local ideais para exibir um quadro seu’.
Содержание
O gato brasileiro
O funil de couro
O caçador de besouros
O caviar
O peitoral judaico
O unicórnio
O trem perdido
O pé de meu tio
O professor da Lea House School
A mão morena
O demônio da tanoaria
O Doutor Negro
Об авторе
CONAN DOYLE SEM SHERLOCK — Histórias do grotesco e do terrível
Final do século 19. Três amigos com três obras mudam a literatura para sempre. Arthur Conan Doyle fica mundialmente conhecido por Sherlock Holmes. Robert Louis Stevenson, seu colega de faculdade, cria um marco das fábulas do horror, O Médico e O Monstro. Bram Stoker, o terceiro amigo, escreve o maior dos romances góticos, Drácula. Um mundo completamente novo e fantástico floresce da imaginação dessas mentes, modificando por completo a representação dos nossos medos.
O que poucos sabem é que, assim como Stevenson e Stoker, Doyle também contribuiu fundamentalmente para o amadurecimento da literatura de terror. Autor de uma obra diversificada, o escocês abordou vários temas. Além dos policiais, escreveu sobre guerras, casos fantásticos, espiritismo, assuntos tão fascinantes quanto seus contos investigativos. E nunca foi capaz de esconder seu olhar místico e sombrio sobre a vida.
Os 13 contos reunidos neste volume, que compõe a série Clássicos Vintage: Mistério, foram publicados entre 1897 e 1908, período em que Doyle, já exausto de Sherlock Holmes, livrou-se do detetive para abraçar outros projetos literários. Os contos são uma prova da atemporalidade de sua obra, e de como o escritor realmente era um mestre da prosa. Mesmo que a tecnologia moderna já tenha decifrado uma infinidade de casos tratados como superstições no passado, é empolgante viver aventuras em lugares exóticos, solucionar casos ocultos e sobrenaturais, e se deparar com feras no melhor estilo lovecraftiano. Isso porque as histórias são uma ponte para um universo de simplicidade lúdica onde, para se divertir, é preciso apenas dar asas à imaginação e se deixar levar pelo contador de histórias.
A tensão dos contos de terror de Doyle é construída a partir de ambientações cotidianas: o sonho que vira pesadelo, passos na escada à noite, o vulto atrás do armário. Múmias, demônios e fantasmas são peças-chave para compor cenários que priorizam o desconhecido. Em O Gato Brasileiro, por exemplo, o terror psicológico se alia à ideia de um Brasil exótico, terra de criaturas selvagens e misteriosas para os europeus daquela época. A Mão Morena é uma ficção sobrenatural sobre uma lenda popular na Índia, e que ganha novas dimensões quando abordada pela mente fantástica do narrador. O Trem Perdido segue os moldes de uma boa história de detetive, e poderia até ser protagonizada por Sherlock Holmes (algo que chega a ser subentendido). Já O Caviar, publicado em 1908, tem um dos desfechos mais impiedosos e imprevisíveis de todos!
Muitos conhecem o profundo envolvimento de Conan Doyle com o Espiritismo. Vindo de uma família católica, chegou a se declarar agnóstico quando jovem. Aproximou-se depois da doutrina espírita a partir de 1881 e, mais intensamente, após a morte do filho, Kingsley. Um dos contos desta seleção expressa seu crescente sentimento devoto. O Unicórnio, de 1900, nos leva a uma sessão espírita onde algo muito inesperado acontece, resultando em consequências desastrosas para os participantes.
O Doutor Negro, conto que dá título à coletânea, foi publicado em 1898. Foi no mesmo ano que importantes descobertas científicas aconteceram, como a dos elementos químicos Polônio e Rádio pelo casal Curie, e também quando o serial killer Joseph Vacher (conhecido como O Estripador Francês) foi condenado com base em provas forenses. É um tempo de encanto e de assombro, habilmente captado por Conan Doyle. Na história, um médico argentino se muda para o interior da Inglaterra para exercer sua profissão, mas é impedido quando algo muito inusitado acontece. O quebra-cabeças só será compreendido nos momentos finais, com um final que desafiaria as vinte regras da ficção policial futuramente impostas pelo crítico SS Van Dine.
Prefácio, por Ana Paula Laux