A obra As Dores do Mundo compreende uma seleção dos últimos escritos de Arthur Schopenhauer. Esses textos, produzidos nas últimas décadas da longa vida de Schopenhauer, revelam um tipo único de filosofia, expresso em um estilo singular. Evitando a tradição de filosofia acadêmica seca, totalizante e predominante durante o tempo, os textos de schopenhauer marcam uma mudança em direção a uma filosofia de aforismos, fragmentos, anedotas e observações, escritos em um estilo literário que por sua vez é antagônico, resignado, confessional e repleto de contornos frágeis de um livro de memórias intelectuais. Aqui Schopenhauer se permite colocar questões desafiadoras sobre o destino da espécie humana, o papel do sofrimento no mundo e a brecha entre o eu e o mundo que cada vez mais define a existência humana até os dias de hoje. Mais do que nunca, debate-se no cotidiano a influência das paixões (ou do inconsciente, na linguagem atual) em nossa vida: qual é a raiz da depressão, do suicídio e da síndrome do pânico? Por que essas questões aparecem atualmente mais do que nunca? Em outras palavras, hoje se admite que existem instâncias não racionais que influenciam enormemente nossa vida e que, de alguma forma, precisamos lidar com elas. Assim, a visão schopenhaueriana de um ser não estritamente racional parece mais atual do que nunca. Schopenhauer sempre surpreende positivamente o leitor desavisado. É um filósofo que, sem dúvida, merece ser lido.
Об авторе
Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 — Frankfurt, 21 de setembro de 1860) foi um filósofo alemão do século XIX. Ele é mais conhecido pela sua obra ‘O mundo como vontade e representação’ (1818), em que ele caracteriza o mundo fenomenal como o produto de uma cega, insaciável e maligna vontade metafísica. Escreveu outras obras consagradas como As Dores do Mundo e Aforismos para a sabedoria da vida, entre outras. A partir do idealismo transcendental de Emannuel Kant, Schopenhauer desenvolveu um sistema metafísico ateu e ético que tem sido descrito como uma manifestação exemplar de pessimismo filosófico.