‘A Vênus das peles’, de Sacher-Masoch, foi publicado originalmente em 1870, e narra pela primeira vez, com detalhe e clareza, a submissão sexual e existencial, ao mesmo tempo dolorosa e prazerosa, servil e libertária — pois se trata de servidão voluntária -, de um homem a uma mulher. O livro não é apenas a obra fundamental do masoquismo. Ele é também uma das obras fundamentais da cultura contemporânea, em que a liberdade e a realização individuais se alimentam reciprocamente. O masoquismo, termo depois consagrado por Freud, o sadismo e inúmeras outras práticas hoje conhecidas, reconhecidas e nomeadas, como o fetichismo, o travestismo e o próprio homossexualismo antes conhecido como ‘o amor que não ousa dizer seu nome’ — ousam nomearse quando deixam de ser negados e renegados e podem, entre outras coisas, se tornar referências de grandes obras de arte, como a Vênus das peles.
Об авторе
Leopold Ritter von Sacher-Masoch foi um escritor e jornalista austríaco, cujo nome esteve na base da criação, pelo psiquiatra alemão Richard von Krafft-Ebing, do termo masoquismo. O termo deriva de seu nome graças ao seu romance A Vênus de Peles (1870) onde um dos personagem atinge o gozo após ser surrado pelo amante da sua esposa.
Durante sua vida, Sacher-Masoch ganhou renome por seus contos galicianos. Era conhecido também como um homem das letras, às vezes comparado com Ivan Turgeniev, que era visto como um potencial sucessor de Goethe. Foi um pensador utópico que com suas visões regionalista, moralista e doutrinária expôs um pouco das ideias socialistas e humanistas em seus escritos. Alguns de seus textos foram traduzidos para português por Koseritz .