‘Papeis Avulsos’ é uma coletânea de contos publicada por Machado de Assis em 1882, que se destaca por sua rica análise psicológica e suas sutilezas sociais. A obra é marcada por um estilo literário denso e irônico, onde o autor utiliza uma linguagem precisa e elaborada para tocar em temas como a hipocrisia da sociedade carioca da época, as nuances do comportamento humano e a solidão existencial. Contextualmente, o livro permeia o realismo e o romantismo tardio, refletindo as inquietações de um Brasil em transformação, com a abolição da escravidão e a transição para a república, elementos que influenciam os personagens e as narrativas apresentadas nos contos. Machado de Assis, figura ímpar da literatura brasileira, nasceu em uma família modesta, o que lhe conferiu uma perspectiva única sobre as desigualdades sociais. Sua formação autodidata e suas experiências pessoais e profissionais como escritor, crítico e membro da Academia Brasileira de Letras alimentaram sua visão crítica da sociedade. Em ‘Papeis Avulsos’, ele utiliza suas observações detalhadas da vida urbana e suas interações sociais para criar uma obra que destaca as complexidades da natureza humana, uma característica marcante de sua produção literária. Recomendo ‘Papeis Avulsos’ a todos os leitores que desejam adentrar no universo psicológico e social da obra machadiana. Através de uma prosa magistral e intrigante, Machado de Assis proporciona reflexões profundas sobre a condição humana, tornando a leitura não apenas uma experiência estética, mas também uma oportunidade de autodescoberta e um convite à crítica social.
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