Nascido e criado na Suíça, Victor Frankenstein sempre foi ávido de conhecimento. Na universidade, embarca em uma complexa e profunda pesquisa sobre a definição da vida. Uma noite, como por milagre, chega a um processo que lhe permite fazer reviver a matéria morta. Trabalhando dia e noite, ele descobre como animar um corpo feito de pedaços de cadáveres humanos e consegue criar uma criatura sobre-humana.
Quando vê sua criatura, horrorizado com a figura monstruosa, grotesca, horrenda, Frankenstein foge, deixando sozinho o ser a quem dera vida. Começa então uma série de acontecimentos dramáticos, numa narrativa que leva às últimas consequências os sentimentos humanos de amor e ódio, desejo, carência, abandono, vingança.
O desfecho é comovente e nos faz refletir sobre a natureza humana, sua ambição desmedida, seu egoísmo. Publicado pela primeira vez em 1818, este é um belíssimo livro, tenso, rico, uma das obras mais admiradas da literatura mundial.
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MARY SHELLEY (1797-1851) nasceu em Londres filha do filósofo William Godwin e da escritora Mary Wollstonecraft, que faleceu onze dias depois de dar à luz a Mary. Sob a tutela do pai, a menina teve uma infância intelectualmente estimulante. Em 1814, aos 17 anos, conheceu o poeta Percy Bysshe Shelley, um homem casado, e os dois se apaixonaram. Nesse mesmo ano, fugiram e foram viver juntos. Em 1816, a esposa de Percy foi encontrada morta, com suspeitas de suicídio, fato nunca esclarecido. Mary e Percy se casaram e foram passar um feriado em Genebra, na Suíça. Hospedaram-se no mesmo hotel em que estava o poeta inglês Lord Byron. Uma noite, após uma conversa dos três escritores sobre o campo sobrenatural, surgiu a ideia de uma competição entre eles para descobrir quem escreveria a melhor história de terror. Assim nasceu Frankenstein, ou o Prometeu moderno, obra que se tornou um dos mais importantes clássicos da literatura mundial de todos os tempos.
A primeira edição foi publicada anonimamente em 1818, e a obra não foi bem recebida pela crítica. A história acabou fazendo sucesso junto ao público, especialmente depois de adaptada para o teatro. A montagem mais antiga de Frankenstein data de 1823, em Londres. O romance foi considerado um clássico do estilo gótico romântico, que influenciou muitos escritores do século XX. Com ele, Mary foi considerada a primeira escritora de ficção científica da história.
Mary e o marido tiveram quatro filhos, dos quais o único que sobreviveu foi Percy Florence. Entre 1818 e 1822, viveram na Itália, até a morte de Percy, que se afogou no naufrágio de seu barco durante uma tempestade. Mary e o filho voltaram para Londres, onde ela continuou sua atividade como escritora. Escreveu profissionalmente até o momento de sua morte, tendo sido reconhecida como grande romancista ainda em vida.
Entre suas obras, além de Frankenstein, destacam-se Mathilda, Valperga, The Last Man. Mary Shelley faleceu em decorrência de um câncer cerebral, em fevereiro de 1851, na cidade de Londres.