A obra dramatúrgica de Millôr Fernandes (1923-2012) inclui cerca de cem trabalhos entre textos originais, traduções e musicais. Poucos intelectuais brasileiros dedicaram-se com tal regularidade e paixão ao teatro. Na sua produção encontramos verdadeiros clássicos como ‘É…’, ‘Um elefante no caos’, ‘Pigmaleoa’ e ‘Liberdade, liberdade’ (com Flávio Rangel), até obras-primas de tradução como ‘Hamlet’, ‘Rei Lear’ e ‘A megera domada’, de Shakespeare, cuja qualidade as distingue entre as traduções já existentes, trazendo a marca do grande escritor-tradutor e mantendo, ao mesmo tempo, a magia do bardo.
Dono de uma obra múltipla, de criatividade e brilho sem precedentes na cultura brasileira, Millôr Fernandes manifestou-se em todas as formas de expressão ao seu alcance, exercendo até as últimas consequências o ofício de escritor.
Об авторе
Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em 1924. Estreou muito cedo no jornalismo, do qual veio a ser um dos mais combativos exemplos no Brasil. Suas primeiras atividades na imprensa foram em ‘O Jornal’ e nas revistas ‘O Cruzeiro’ e ‘Pif-Paf’. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e, já integrado à intelectualidade carioca, trabalhou nos seguintes periódicos: Diário da Noite, Tribuna da Imprensa e Correio da Manhã sofrendo, diversas vezes, censura e retaliações por seus textos. De 1964 a 1974, escreveu regularmente para ‘O Diário Popular’, de Portugal. Colaborou também para os periódicos ‘Veja’, ‘O Pasquim’, ‘IstoÉ’, ‘Jornal do Brasil’, ‘O Dia’, ‘Folha de S.Paulo’, ‘Bundas’, ‘O Estado de S. Paulo’, entre outros. Suas colaborações para o teatro chegam a mais de uma centena de trabalhos, entre peças de sua autoria, como ‘Flávia, cabeça, tronco e membros’ (1963), ‘Liberdade, liberdade’ e ‘O homem do princípio ao fim’ (ambas de 1965), e adaptações e traduções teatrais, como ‘Gata em telhado de zinco quente’, de Tennessee Williams, ‘A megera domada’, ‘Hamlet’ e ‘Rei Lear’, de Shakespeare, ‘Pigmaleão’, de George Bernard Shaw, e ‘O jardim das cerejeiras’, de Anton Tchékhov. Millôr Fernandes morreu em 27 de março de 2012, no Rio de Janeiro.