O clássico de Sófocles com tradução de Millôr Fernandes. ‘[…] Antígona ainda é a peça de teatro mais representada do mundo 2.500 anos após sua estreia.’ – BBC
Antígona, peça de Sófocles, aqui traduzida pelo grande escritor e dramaturgo Millôr Fernandes, traz o embate entre um rei e sua sobrinha. De um lado, há um monarca que acredita ter um poder sem limites, e, de outro, uma jovem rebelde decidida a assumir uma sentença fatal, alegando agir em nome de leis naturais, verdadeiramente supremas, que precederiam os poderes do soberano.
Na introdução, Adriane da Silva Duarte, professora de Literatura Grega na USP, afirma que Antígona ‘ganha relevância sempre que, assombrados pelos mortos, precisamos resistir’. E não é difícil para nós, leitores contemporâneos deste clássico, reconhecermos o que ela nos explica. O confronto entre Creonte e Antígona encena rivalidades centrais da experiência humana — a justiça e a injustiça, o direito natural e o direito positivo, a sociedade e o indivíduo, o Estado e a consciência, a prática e a moral, a submissão e a rebeldia, o masculino e o feminino, o velho e o jovem.
No posfácio, o aclamado diretor, ator e professor de teatro Amir Haddad pergunta: ‘Como posso atender um chamado forte dentro de mim sabendo que a realização desse desejo não será bem recebida pelo mundo em que eu vivo?’ Essas são algumas das questões levantadas por esta peça, as quais desde a Antiguidade, têm se mostrado atemporais e, portanto, tão próximas à nossa vida.
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Sófocles nasceu em c. 496 a.C., em Colono, próximo a Atenas, e faleceu em c. 406 a.C. na mesma cidade. Já em sua estreia no concurso de teatro de Dionísia, em 468 a.C., Sófocles desbancou Ésquilo, campeão invicto, marcando o início de uma carreira altamente celebrada pela sociedade ateniense. Produziu cerca de 120 peças, das quais restam conservadas menos de dez, dentre elas Antígona e Édipo rei, seus trabalhos mais referenciados e revisitados.