Um estudo em vermelho propõe um enigma terrível para a polícia londrina, que pede auxílio a Sherlock Holmes para decifrá-lo. No número 3 de Lauriston Gardens, perto de Londres, um homem é encontrado morto, sem ferimentos e cercado de manchas de sangue. Em seu rosto, uma expressão de pavor. Na parede, uma inscrição misteriosa foi rabiscada às pressas. Vinte anos antes, em Salt Lake City, nos desfiladeiros de Nevada, Estados Unidos, Jean Ferrier foi executado por mórmons sedentos de sangue, enquanto sua filha, Lucy, foi sequestrada. Qual é a ligação entre esses dois eventos tão distantes no tempo e no espaço? Um fio comum que só Holmes, com suas deduções de detetive-consultor, é capaz de desvendar, numa aventura fascinante.
Lançado em 1887, este é o livro de estreia de Sherlock Holmes, e nele acompanhamos pela primeira vez sua investigação. É também nele que o Doutor Watson conhece seu mestre, quando ambos procuravam parceiros para dividir o aluguel de um apartamento – que veio a ser o famoso 221b da Baker Street.
Com essa história surpreendente e cheia de suspense, Conan Doyle despontou como um dos maiores escritores de romances policiais do mundo, e foi também nela que teve início a clássica, imbatível e nada elementar parceria Sherlock Holmes-Dr. Watson.
Om författaren
Arthur Conan Doyle (1859-1930) foi um escritor escocês. Além de histórias policiais, escreveu também ficção científica, romances históricos, peças de teatro e poesia.
Em 1876, entrou na Universidade de Edimburgo, concluindo o curso de Medicina em 1881. Entre 1882 e 1891, exerceu a profissão em Southsea, Inglaterra.
Ainda estudante, começou a escrever pequenas histórias. Em 1887, publicou na revista Beeton’s Christmas Annual a história A Study in Scarlet (Um estudo em vermelho), que se tornaria o primeiro dos 60 contos protagonizados por um dos detetives literários mais famosos de todos os tempos, Sherlock Holmes. O personagem foi parcialmente inspirado em um professor da universidade, Joseph Bell, a quem Conan Doyle escreveu: ’É mais do que certo que é a você que eu devo Sherlock Holmes… Com base no centro de dedução, na interferência e na observação que ouvi você inculcar, tentei construir um homem’.
Conan Doyle tornou-se famoso graças aos contos e romances policiais – e, particularmente, à sua criação máxima, o imortal detetive Sherlock Holmes, bem como seu inseparável companheiro, o médico Dr. Watson. Após a morte de seu filho mais velho nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, o escritor sofreu uma crise existencial e encontrou consolo no espiritismo. Decidiu então difundir sua crença com a publicação das obras A Nova Revelação (1918), A Chegada das Fadas (1921) e História do Espiritismo (1926).
Em 1902, o rei Eduardo VII lhe concedeu o título de Sir pela publicação de diversos artigos a favor de seu país na Guerra dos Bôeres e do livro A Guerra na África do Sul (1900). O autor publicou também, em seis volumes, a obra The British Compaign in France and Flanders (1916-1919).
O grande sucesso dos contos de Sherlock Holmes levou o escritor a publicar suas fascinantes histórias ao longo de quarenta anos, e elas continuam a despertar o interesse de jovens e adultos de tal forma que seu endereço fictício – 221B, Baker Street, Londres – abriga hoje o Sherlock Holmes Museum, atraindo um grande número de visitantes de várias partes do mundo.
Sir Arthur Conan Doyle morreu de infarto em 7 de julho de 1930. Por ironia, seu trabalho histórico, ao qual atribuía maior importância, foi esquecido, enquanto as histórias de Sherlock Holmes, consideradas por ele como uma literatura ’menor’, são famosas no mundo todo, tendo se tornado obras clássicas da literatura policial.