Aliando sensibilidade, análise e engajamento, a premiada jornalista Fabiana Moraes articula críticas, propostas e reflexões sobre as relações discursivas do jornalismo com grupos sociais historicamente oprimidos. A autora dá lugar central à pauta, a coluna vertebral da notícia, que reflete e produz olhares sobre as coisas do mundo, situada em um contexto atravessado por hierarquias de gênero, raça, classe social e origem geográfica. Reconhecendo o campo jornalístico como partícipe de narrativas que transformam diferenças em desigualdades, Fabiana investiga caminhos de ruptura com os modos colonizados pelos quais o jornalismo atua desde o século 19; e defende o jornalismo de subjetividade, propondo uma prática reflexiva que possibilite melhores encontros com as alteridades e que jogue luz sobre violências naturalizadas como o racismo, a misoginia e as muitas formas de outrofobia. Em um esforço para aproximar teoria e prática, o livro apresenta três reportagens de Fabiana publicadas no Jornal do Commercio do Recife: ’A vida é Nelson’ (2012); ’Ave Maria’ (2013); e ’Casa grande & senzala’ (2013). A autora se propõe a analisar os trabalhos uma década após sua publicação original, fazendo uma autocrítica e narrando com proximidade afetiva os bastidores dessas reportagens.
Om författaren
Fabiana Moraes é recifense, nascida no Alto José Bonifácio, mãe de Mateus e professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco. É jornalista com mestrado em Comunicação e doutorado em Sociologia, ambos pela UFPE. Pesquisa mídia, imprensa, poder, raça, hierarquização social, imagem e arte. É vencedora de três prêmios Esso com as reportagens ’A vida mambembe’ (2007), ’Os sertões’ (2009) e ’O nascimento de Joicy’ (2011). Recebeu ainda o Prêmio Petrobras de Jornalismo, o Prêmio Imprensa Embratel e o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo. Lançou cinco livros: ’Os sertões’ (Cepe, 2010), ’Nabuco em pretos e brancos’ (Massangana, 2012), ’No país do racismo institucional’ (Ministério Público de Pernambuco, 2013), ’O nascimento de Joicy’ (Arquipélago, 2015) e ’Jomard Muniz de Brito: professor em transe’ (2017).