Do vencedor do prêmio Le Blanc de melhor romance de ficção especulativa 2022, chega uma nova jornada sensível e poética pela identidade, memória e afetos na era do capitalismo apocalíptico.
Bem-vindos a Arcosanti. O sonho utópico de uma arcologia sustentável, uma ilha de harmonia em um mundo que caminha cada vez mais rápido para o inevitável fim. Esse sonho, no entanto, tem seu preço: a Faixa Cinza, uma zona industrial superpopulada, caótica e decadente, é obrigada a produzir aquilo que sua cidade-irmã é incapaz de gerar para si mesma. O clássico espaço dual da utopia-distopia, encontrado de Metrópolis a Alita: Battle Angel, retorna aqui como contexto para um conjunto de histórias sobre cidadãos comuns que terão suas vidas atravessadas pelos avanços tecnológicos desses mundos tão diversos.
Sonhos de vidro em sombras de concreto é o segundo livro do autor carioca Pedro Sasse. Passando-se no mesmo mundo de seu premiado A nova América, essa coletânea de contos desdobra uma série de aspectos já entrevistos em seu primeiro romance, sem, com isso, perder sua autonomia. Dialogando com a tradição da ficção científica, de A máquina do tempo a Black Mirror, o livro, ainda que não seja ambientado no Brasil, serve como reflexão sobre temas clássicos do gênero a partir de uma ótica periférica. Nele, o público vai se envolvendo com a história de vida de moradores tanto da próspera Arcosanti quanto da caótica Faixa Cinza, enquanto explora questões que vão da urbanização à construção da subjetividade.
Om författaren
Pedro Sasse é carioca, doutor em Literatura, escritor e editor. É vencedor do prêmio Le Blanc 2022 na categoria ’Romance inédito de fantasia, ficção científica ou terror’ com seu romance de estreia A nova América (Pará.grafo, 2021). Além disso, tem conto publicado na premiada coletânea Terror na Amazônia (Pará.grafo, 2019) e na antologia lovecraftiana Inominável (Pará.grafo, 2020). Atualmente pesquisa ficção distópica e pós-apocalíptica na literatura, cinema e TV, utilizando o trabalho acadêmico como combustível para a produção ficcional e vice-versa.