Uma obra-prima que nos faz questionar: estariam as comunidades condenadas a um estado permanente de neurose?
O mal-estar na civilização nos apresenta a teoria freudiana de que o conflito entre as regras sociais e as pulsões primitivas do homem seria a principal causa dos distúrbios psicológicos de nosso tempo.
Escrito em 1929 e publicado no ano seguinte, tornou-se uma das obras mais lidas do psicanalista tcheco.
Este estudo da relação entre a sexualidade e a agressividade do indivíduo e a opressão civilizatória da cultura é uma verdadeira investigação sobre as origens da infelicidade do homem.
O mal-estar na civilização― nesta edição traduzida por Saulo Krieger e prefaciada pelo doutor em filosofia Guilherme Marconi Germer ―é um dos mais importantes tratados médicos da história da psicanálise, bem como uma importante ferramenta de análises sociológicas.
Om författaren
Sigmund Freud (1856-1939), apesar de não ter sido o primeiro médico a propor técnicas de tratamento mental para a cura de doenças não detectadas organicamente, é considerado o pai da psicanálise por seus esforços e sua dedicação a essa nova disciplina. Freud iniciou suas investigações no âmbito da psicanálise ao observar a melhora de pacientes histéricos submetidos à hipnose, analisados principalmente no trabalho do médico francês Jean-Martin Charcot. A partir de então, passou a desenvolver uma série de teorias sobre o inconsciente. Destacam-se suas teorias do complexo de Édipo e da repressão psicológica. A princípio marginalizado pela classe médica de Viena por causa de suas ideias sobre os tratamentos psicanalíticos, seus escritos começaram a se popularizar pelo mundo no início do século XX, reunindo outros médicos ― como Carl Jung, por exemplo ―, que criaram o Movimento Psicanalítico. De família judaica, teve de refugiar-se na Inglaterra ― por conta da ascensão do nazismo ―, onde morou até sua morte, aos 83 anos de idade.
Guilherme Marconi Germer — Doutor em Filosofia pela Unicamp, pós-doutorando em Filosofia pela USP.
Saulo Krieger é filósofo graduado pela USP, doutor pela Unifesp, bolsista Capes na Université de Reims, na França. É membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN) e pesquisador das relações entre processos inconscientes e conscientes na obra de Nietzsche.