Organizado pelo doutor em filosofia Antônio David, este livro reúne artigos e resenhas de difícil acesso escritos por Florestan Fernandes entre 1943 e 1991. Incluindo dois manuscritos inéditos, os textos desta coletânea têm como fio condutor a preocupação do autor de oferecer um quadro interpretativo do Brasil.
‘Do sociólogo ao socialista, seria fácil ver uma ruptura no pensamento de Florestan Fernandes. Mas o que aqui se comprova é que as continuidades são também muito fortes. Na época em que Florestan liderou a institucionalização da Sociologia no Brasil, suas escolhas repousaram sobre os deserdados da terra, os indígenas, os negros, as crianças e a cultura popular. O Brasil de Florestan revela ainda uma tensão entre ciência e engajamento político. Os textos aqui tão bem selecionados transitam da crítica dos intérpretes do Brasil à realidade crua das malocas, aldeias, vilas e favelas. Não lhe faltam a revolta e a identificação com o sofrimento humano. Como certa vez disse Antonio Candido, o marxismo foi como um rio subterrâneo na obra de Florestan; sempre esteve lá, antes de aflorar e nos revelar o publicista revolucionário dos capítulos finais deste livro.’ (Lincoln Secco, professor de História Contemporânea da USP)
เกี่ยวกับผู้แต่ง
Florestan Fernandes
Nasceu em São Paulo em 1920, filho da empregada doméstica Maria Fernandes. Obrigado a interromper os estudos ainda na infância, trabalhou como engraxate e garçom na capital paulista. Em 1941, ingressou no curso de Ciências Sociais da USP. Tornou-se professor assistente e, em 1964, catedrático titular da cadeira de Sociologia I. Cassado em 1969 pelo AI-5, exilou-se no Canadá. De volta ao Brasil, lecionou na PUC-SP. Em 1985 foi eleito deputado federal pelo PT, sendo reeleito para a legislatura seguinte. Faleceu em 1995, vítima de um erro médico. Dedicou-se à defesa dos direitos dos trabalhadores e dos discriminados de toda sorte, e sua obra é referência para o estudo do Brasil e das ciências sociais.