Nova York, Réveillon de 1933. Max Disher acaba de levar um fora de uma loura que lhe disse ‘não dançar com negros’, quando ouve a grande notícia: um médico inventou um processo para transformar a pele preta em branca, o método Black No More.TM Seria essa a solução para o racismo no país onde a Lei delimitava o (pouco) espaço dos negros?
Cansado de ser maltratado devido à sua pele escura, Max agarra a oportunidade e se transforma em Matthew, um homem branco e, portanto, capaz de conquistar respeito e dinheiro. Para conseguir tudo isso, ele passa a explorar um dos ramos mais lucrativos nos Estados Unidos dos anos 1930: o racismo.
Sátira incisiva e arrasadora, Black No More escancara e escarnece dos mecanismos do racismo na sociedade, em uma crítica incisiva, irreverente e, infelizmente, atualíssima.
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GEORGE S. SCHUYLER foi um polêmico jornalista e crítico social afro-americano. Sua juventude foi marcada por humilhações por sua cor e classe social, o que moldou sua visão sobre o racismo. Quando servia como oficial da marinha, agrediu um subordinado que se recusou a ‘servir a um negro’, desertou e foi preso. Passou a escrever artigos inflamados e foi cooptado pelo grupo de Marcus Garvey, radical nacionalista que exortava os afro-americanos a emigrarem para a África.
Schuyler logo começou a ironizar tanto o messianismo de Garvey quanto as utopias dos socialistas. Seu sarcasmo demolidor lhe granjeou inimigos mas também um grande público leitor. Seus textos afiados e intransigentes contra a discriminação racial e a desigualdade social o tornaram uma voz significativa no movimento pelos direitos civis, porém uma voz dissonante, já que fazia questão de apontar a hipocrisia e a incongruência de todos os grupos. Seu trabalho no jornalismo e na literatura, ainda que polarizador, oferece insights únicos sobre as complexidades da raça e da sociedade.
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