Esta peça teatral de Gil Vicente, o primeiro dramaturgo lusitano, uma alegoria de duas barcas – uma que segue para o Inferno, outra, para o Paraíso – satiriza os tipos sociais de Portugal.
Uma encenação do século XVI, em um país que alargava seus horizontes em direção à América e ensaiava sua transição da Idade Média para o Renascimento.
Em cena, o Diabo e o Anjo julgam as almas daqueles que tentam embarcar. Entre os julgados estão o Fidalgo, um agiota, um tolo, o Sapateiro, o Frade, uma alcoviteira, o Judeu, o Corregedor, o Procurador, o Enforcado e os cavaleiros.
Membros distintos da sociedade e gente simples do povo se equiparam na fuga da barca do Diabo. Poucos escaparão.
Auto da barca do inferno é um clássico do Humanismo Ibérico e uma sátira social que se mostra atemporal.
Texto integral, com notas explicativas dos termos não usuais para facilitar a leitura.
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Gil Vicente (c. 1465–c. 1536?) nasceu em Portugal e é considerado o maior representante da literatura renascentista desse país antes de Camões, tendo incorporado elementos populares na sua escrita, o que influenciou a cultura portuguesa. Poeta e dramaturgo português, inspirou diversas produções em Portugal e em outros países da Europa. No teatro desempenhou as funções de músico, ator e encenador. Suas obras marcam a passagem da Idade Média para o Renascimento. Em suas farsas e autos pastoris, ele recriou os diferentes aspectos da vida de Portugal do século XVI, tanto de Lisboa quanto do campo, com sua linguagem, folclore e costumes peculiares. Entre suas obras, destacam-se a trilogia: Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório e Auto da barca do paraíso, além da mais conhecida A farsa de Inês Pereira. Gil Vicente morreu em lugar desconhecido, provavelmente em 1536, pois foi a partir dessa data que se deixou de encontrar qualquer referência ao seu nome nos documentos da época, além de ter deixado de escrever a partir desse ano.