Clássico de João do Rio ganha sua primeira edição anotada, contextualizando histórica e culturalmente o Rio de Janeiro retratado sob o olhar de um dos maiores cronistas brasileiros.
Vida vertiginosa é uma das maiores obras sobre a belle époque carioca. Nela, João do Rio lança um olhar investigativo sobre o Rio de Janeiro, então capital de um Brasil em franco processo de modernização. O prefeito Pereira Passos iniciou em 1903 uma série de reformas higienistas, urbanísticas e também de costumes, com o intuito principal de adequar a cidade aos padrões de desenvolvimento europeus. A crônica pioneira de João do Rio é resultado de suas deambulações, sua flânerie, por uma cidade efervescente, em completa transformação.
Publicado originalmente em 1911, Vida vertiginosa é o testemunho criativo de um homem que registrava e pensava um mundo novo que apenas se insinuava. Um mundo que, na profunda velocidade que lhe é característica, não parou até hoje de multiplicar-se e acelerar-se na vertigem. A atualidade do livro fala por si só: conduzidos por um dos maiores cronistas brasileiros de todos os tempos, seus leitores e leitoras estão a um passo de descobrirem-se personagens.
As 25 crônicas reunidas em Vida vertiginosa abordam temas como a competitividade no ambiente profissional, a realidade paralela vivida nas favelas, o complexo de inferioridade como legado do passado colonial, a decadência do sistema educacional, a crise da privacidade, o feminismo nascente e a importância dada às aparências, aspectos já presentes na sociedade da época.
Esta é a primeira edição anotada desse clássico, construída para que leitores e leitoras contemporâneos possam conhecer o contexto histórico e cultural do Rio de Janeiro da belle époque. A edição conta ainda com introdução, cronologia e bibliografia do autor. Todo o material de apoio é assinado por Giovanna Dealtry, pesquisadora e professora de literatura brasileira do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
เกี่ยวกับผู้แต่ง
João do Rio, principal pseudônimo de João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (1881-1921), ingressou no jornalismo aos 17 anos, em A Tribuna. Trabalhou nos jornais Cidade do Rio, Gazeta de Notícias e O Paiz, além de escrever para outros periódicos. Em 1920, fundou A Pátria. Percorria a cidade em busca de material para suas histórias, fossem reportagens, contos ou crônicas — gêneros que à época ainda se confundiam. Ao todo, publicou 26 livros, incluindo romances, ensaios e peças de teatro. Em 1908, escreveu A alma encantadora das ruas, uma de suas obras mais celebradas, e dois anos depois foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Do autor, a José Olympio publica As religiões no Rio.