Publicado em 1882, Papéis avulsos é uma coletânea de contos de Machado de Assis.
A obra, assim como o romance Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), marca o início da fase realista do autor, em que Machado se distancia das influências românticas observadas em suas obras anteriores.
O alienista – já adaptado para filmes, peças, minisséries e histórias em quadrinhos – é o conto que abre a coletânea. A trama narra a abertura de um hospício em Itaguaí pelo Dr. Simão Bacamarte, que logo colocará a população em polvorosa.
Outro célebre conto, A sereníssima República, é escrito na forma de tratado científico. Nele, o cônego Vargas descreve a política das aranhas, em uma crítica ao sistema eleitoral.
Já o conto O espelho traz a personagem Jacobina, que explica aos seus parceiros de mesa sua teoria de que as pessoas possuem duas almas: uma externa e outra interna.
A contradição entre o ser e o parecer são uma constante nos contos de Papéis avulsos, dando unidade à coletânea.
O descompasso entre essa pretensa unidade e o título do livro são marcas do humor e da ironia machadiana, que se tornariam características notórias de Machado de Assis, um dos maiores gênios literários brasileiros.
Esta edição tem texto integral e traz notas explicativas para os termos não usuais, para facilitar a compreensão da obra.
เกี่ยวกับผู้แต่ง
Machado de Assis foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. Nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e faleceu na mesma cidade, em 29 de setembro de 1908. É fundador da Cadeira no 23 da Academia Brasileira de Letras. Ocupou por mais de dez anos a presidência da Academia, que passou a ser chamada também de Casa de Machado de Assis. Foi criado no morro do Livramento. Sem meios para cursos regulares, estudou como pôde e, em 1854, com 15 anos incompletos, publicou o primeiro trabalho literário, o soneto À Ilma. Sra. D.P.J.A. , no Periódico dos Pobres . Em 1856, ele entrou para a Imprensa Nacional, como aprendiz de tipógrafo. Em 1858, tornou-se revisor e colaborador no Correio Mercantil e, em 1960, a convite de Quintino Bocaiuva, passou a pertencer à redação do Diário do Rio de Janeiro . Escrevia regularmente também para a revista O Espelho , onde estreou como crítico teatral, para a Semana Ilustrada e para o Jornal das Famílias , no qual publicava, de preferência, contos.
Maíra Lot Micales é editora de livros há dez anos, tendo editado mais de trezentas obras. Filha de livreiros, é defensora ferrenha do livro como instrumento para formação e engrandecimento pessoal, desde os primeiros anos de vida. Mãe de dois filhos, formada em Administração de Empresas pela EASP-FGV e pela HEC-Paris, com especialização em Negociação pela FGV, atuou por vários anos na gestão do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da CASACOR, sempre lidando com bens culturais. Como mãe, adora inventar histórias como forma de transmitir mensagens educativas a seus filhos.