A cultura indígena se propaga e se mantém, há milênios, pela tradição oral. Narrativas, rituais sagrados, costumes e a própria língua são transmitidos a partir da conversa e da contação de histórias. Se o inevitável contato entre os povos originários e o ‘branco’ colonizador trouxe muitos prejuízos a essas culturas, também promoveu um rico diálogo entre indivíduos. Graças ao acesso à literatura brasileira pode contar com a presença fundamental de autores indígenas para multiplicar ainda mais seu alcance.
Márcia Wayna Kambeba é uma dessas vozes, que se firma percorrendo o Brasil com sua poesia e sua música. Em Ay Kakyri Tama [eu moro na cidade, em tupi-kambeba] ela constrói uma ponte entre sua origem indígena e a vida em cidades do Pará, apresentando a história de seu povo e sua luta em poesias e imagens repletas de emoção e verdade.
Com uma população conhecida de 50 mil pessoas, entre aldeados e moradores da cidade, o leitor pode conhecer e se encantar pela etnia Omágua/Kambeba pelo olhar acolhedor e combativo de Márcia, uma de suas vozes mais expressivas.
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Márcia Wayna Kambeba é indígena, e nasceu na aldeia Belém do Solimões, do povo Tikuna. É mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), escritora, poeta, compositora, fotógrafa e ativista, Márcia percorre todo o Brasil e a América Latina com seu trabalho autoral, discutindo a importância da cultura dos povos indígenas.