Em 1522, logo após finalizar a tradução e a edição do Novo Testamento em língua alemã, Lutero começou a traduzir o Antigo Testamento. Doze anos depois sua tradução completa da Bíblia seria publicada pela primeira vez. Os comentários de livros inteiros e passagens do Antigo Testamento traduzidos e editados com ineditismo para o português no presente volume pertencem justamente a esse período de intenso trabalho do professor, exegeta e tradutor bíblico. O envolvimento com o texto na função de professor perante seus alunos em sala de aula dava suporte ao labor na tradução e vice-versa, sendo nesta segunda tarefa assessorado por Filipe Melanchthon, Jorge Espalatino e Mateus Aurogalo, este professor de hebraico na universidade de Wittenberg. A atividade pública como docente, após o retorno do refúgio no Wartburgo, não se deu sem relativa tensão, pois do ponto de vista político era bem inapropriado permitir a um excomungado e banido ensinar em uma universidade sob jurisdição territorial. Isso fez, por exemplo, com que a preleção sobre Deuteronômio, que redundaria no comentário disponibilizado neste volume, fosse conduzida como um pequeno colóquio informal, ambientado no mosteiro agostiniano eremita, do qual Lutero era membro, e não na universidade. É possível observar como o andamento da preleção corresponde ao andamento da tradução, não apenas para o alemão, mas também para o latim, pois possibilidades de tradução para ambas as línguas são discutidas verso a verso com base em critérios filológicos. Suas fontes estavam mais referenciadas na exegese humanista do que na exegese medieval, principalmente pelo trabalho intenso com o texto original. Sobre maiores detalhes a respeito da obra de tradução da Bíblia, recomendamos o oitavo volume desta coleção.
สารบัญ
Apresentação
Introdução geral
Siglas e abreviaturas
Deuteronômio de Moisés com anotações
– Introdução de Clóvis J. Prunzel
Tradução: Geraldo Korndörfer
A epístola do Profeta Isaías 9.2-7
– Introdução de Ricardo W. Rieth
Tradução: Nélio Schneider
Preleção sobre Isaías 53
– Introdução de Wilhelm Wachholz
Tradução: Geraldo Korndörfer
Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel de Gogue
– Introdução de Claus Schwambach
Tradução: Luís M. Sander
O profeta Jonas interpretado
– Introdução de Mário F. Tessmann
Tradução: Luís M. Sander
O profeta Habacuque
– Introdução de Paulo W. Buss
Tradução: Walter O. Schlupp
Referências Bíblicas
Índice Onomástico
Índice Remissivo
เกี่ยวกับผู้แต่ง
Martinho Lutero, em alemão: Martin Luther (Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546), foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio das indulgências. Essa discordância inicial resultou na publicação de suas famosas 95 Teses em 1517, em um contexto de conflito aberto contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel. Sua recusa em retratar-se de seus escritos, a pedido do Papa Leão X em 1520 e do imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521, resultou em sua excomunhão da Igreja Romana e em sua condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.
Lutero propôs, com base em sua interpretação das Sagradas Escrituras, especialmente da Epístola de Paulo aos Romanos, que a salvação não poderia ser alcançada pelas boas obras ou por quaisquer méritos humanos, mas tão somente pela fé em Cristo Jesus (sola fide), único salvador dos homens, sendo gratuitamente oferecida por Deus aos homens. Sua teologia desafiou a infalibilidade papal em termos doutrinários, pois defendia que apenas as Escrituras (sola scriptura) seriam fonte confiável de conhecimento da verdade revelada por Deus.[1] Opôs-se ao sacerdotalismo romano (isto é, à consagrada divisão católica entre clérigos e leigos), por considerar todos os cristãos batizados como sacerdotes e santos.[2] Aqueles que se identificaram com os ensinamentos de Lutero acabaram sendo chamados de luteranos.