‘Duas tábuas e uma paixão’ é uma profunda reflexão sobre a história brasileira na segunda metade do século XX. Abordando diretamente o marcante atentado do Riocentro – quando, em 1o de maio de 1981, em plena ditadura, militares tentaram um ataque frustrado contra civis –, Millôr elabora sua ficção criando fatos que bem poderiam ter acontecido e, se não aconteceram como está nesta peça, de qualquer forma mudaram o destino da história política brasileira.
Este livro é o trabalho de um profundo conhecedor da natureza humana e, mais do que isso, de um escritor que consegue transpor para o teatro, para o palco, as contradições, a emoção, a angústia de personagens que representam um pouco de cada um de nós. É um retrato candente de um período da nossa história cheio de dúvidas, inseguranças, violência e intolerância. Ecos de um passado que ainda reverberam nos dias de hoje.
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Millôr Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em 1924. Estreou muito cedo no jornalismo, do qual veio a ser um dos mais combativos exemplos no Brasil. Suas primeiras atividades na imprensa foram em ‘O Jornal’ e nas revistas ‘O Cruzeiro’ e ‘Pif-Paf’. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e, já integrado à intelectualidade carioca, trabalhou nos seguintes periódicos: Diário da Noite, Tribuna da Imprensa e Correio da Manhã sofrendo, diversas vezes, censura e retaliações por seus textos. De 1964 a 1974, escreveu regularmente para ‘O Diário Popular’, de Portugal. Colaborou também para os periódicos ‘Veja’, ‘O Pasquim’, ‘IstoÉ’, ‘Jornal do Brasil’, ‘O Dia’, ‘Folha de S.Paulo’, ‘Bundas’, ‘O Estado de S. Paulo’, entre outros. Suas colaborações para o teatro chegam a mais de uma centena de trabalhos, entre peças de sua autoria, como ‘Flávia, cabeça, tronco e membros’ (1963), ‘Liberdade, liberdade’ e ‘O homem do princípio ao fim’ (ambas de 1965), e adaptações e traduções teatrais, como ‘Gata em telhado de zinco quente’, de Tennessee Williams, ‘A megera domada’, ‘Hamlet’ e ‘Rei Lear’, de Shakespeare, ‘Pigmaleão’, de George Bernard Shaw, e ‘O jardim das cerejeiras’, de Anton Tchékhov. Millôr Fernandes morreu em 27 de março de 2012, no Rio de Janeiro.