A ideia para uma crônica me vem sempre como uma experiência de alegria, mesmo que o assunto seja triste. Ela aparece repentinamente, nos momentos mais inesperados, como a visão de uma imagem. O que tento fazer é simplesmente pintar com palavras a cena que se configurou na minha imaginação.
Sou psicanalista. Meu trabalho se baseia na escuta. Cada cliente fala e, ao fazer isso, me permite andar nas paisagens da sua alma. Ao escrever uma crônica faço o contrário: sou eu que ofereço as paisagens da minha alma aos olhos dos meus leitores. E eles, sem o saber, são os meus psicanalistas…
O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vêem sem se dar conta disso. E o que se espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de ‘satori’: a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca o foi. – Papirus Editora
สารบัญ
I – Sobre o amor
A amizade
As razões do amor
A madrasta e o espelho
As mil e uma noites
As viúvas
‘…Até que a morte…’
A cena
Entre dois amores
Cartas de amor
A doença sem cura
Tênis x frescobol
II – Sobre a sabedoria
Campos e cerrados
Lições de bichos e coisas
Jardins
Em louvor à inutilidade
Fazer nada
As coisas essenciais
Sobre príncipes e sapos
III – Sobre os golpes
Entre o martelo e a bigorna
O terror do espelho
O outono
A revelação
Aposentado
As velas
Tempo de morrer
O médico
A inveja
Aids
A sombra
Venha me visitar
IV – Sobre o riso e a alegria
A alegria
‘Se é bom ou se é mau…’
O cachimbo do meu pai
Aniversário
Escritores e cozinheiros
Odisseia
‘Estou ficando louca…’
Bosta de vaca e política
เกี่ยวกับผู้แต่ง
RUBEM ALVES – Estudou Teologia e foi pastor até 1963. Tornou-se mestre em Teologia pelo Union Theological Seminary (Nova York, EUA) e doutor em Filosofia pelo Princeton Theological Seminary. Foi professor por muitos anos e, no início da década de 1980, tornou-se psicanalista pela Sociedade Paulista de Psicanálise. Possui mais de 50 obras publicadas em diversos idiomas. Autor de crônicas e de livros infantis e sobre educação, ele guia seus leitores pelas paisagens da beleza e considera seus companheiros de viagem filósofos como Bachelard e Nietzsche, além de poetas como Fernando Pessoa, Adélia Prado e Cecília Meireles. Mineiro, é fácil perceber sua veia de contador de estórias. Mas nota-se também sua vasta cultura, como ele mescla conhecimento com sabedoria e traduz isso numa escrita simples, de frases curtas. O certo é que suas obras nos ajudam a refletir sobre o que realmente importa na vida, a voltar os olhos para o que há de mais humano, para o essencial.