As crônicas, que se dedicam a analisar e nos conduzem a refletir sobre situações de racismo e discriminação racial, contrariamente ao que o leitor acostumado poderia esperar, não nos conduzem à desilusão, à tristeza, àquela imagem a qual rechaçamos de povo meramente rancoroso, ou apequenado pelo sofrimento. De forma nenhuma! As crônicas trazem revoltas cheias de reflexão e acertos de análise, como quando a autora fala dos editais da Funarte com recorte racial que ainda estão suspensos. Os textos sempre trazem de volta os chistes irônicos, como em ‘Marigô’. Aliás, a leveza deste humor crônico, deste humor na corda bamba da seriedade, atravessa todo o livro que o leitor lerá de uma sentada! Seja para lembrar e repensar fatos recentes, seja pelo gosto de pensar junto com a autora, seja pela impossibilidade de dar qualquer intervalo que seja antes da última página.
Yazar hakkında
Cidinha da Silva é mineira e já publicou 20 livros, entre eles os premiados Um Exu em Nova York (Prêmio da Biblioteca Nacional, 2019), Os nove pentes d’África (selecionado para o PNLD Literário 2020), #Parem de nos matar! (Acervo Público da Educação Paulista, 2021), Oh, margem! Reinventa os rios! (PNLD Literário 2021 e programa Minha Biblioteca da Prefeitura de São Paulo) e O mar de Manu (APCA 2021, Melhor Livro Infantil).
Também organizou duas obras fundamentais para o pensamento sobre as relações raciais contemporâneas no Brasil: Ações afirmativas em Educação: experiências brasileiras (2003) e Africanidades e relações raciais: insumos para políticas públicas na área do livro, leitura, literatura e bibliotecas no Brasil (2014).
Tem publicações em alemão, catalão, espanhol, francês, inglês e italiano e inicia colaborações no audiovisual. É curadora do Almanaque Exuzilhar (You Tube), conselheira da Casa Sueli Carneiro e doutora em Difusão do Conhecimento.