‘…há mais ídolos do que realidades no mundo’
Na definição do próprio autor, Friedrich Nietzsche, o Crepúsculo dos ídolos é uma síntese de suas teorias.
A obra reúne os principais temas de seu percurso conceitual, contemplando-o retrospectivamente segundo o viés das premências e dos anseios que estiveram na base de sua concepção.
Nietzsche tem esta obra por uma declaração de guerra, e uma guerra travada no âmbito da transvaloração de todos os valores.
Proporcionando uma genealogia dos ideais e da moral, empreende uma análise psicológica e fisiológica da civilização ocidental, ao mesmo tempo em que corrobora um projeto que, da busca de acessos ao mundo grego, remete a O nascimento da tragédia.
Em seu viés negativo, a partir da proposição de que ‘há mais ídolos do que realidades no mundo’, Nietzsche ausculta os ídolos ocos de seu tempo ― que vão da filosofia clássica grega ao sistema educacional alemão.
Elaborada em 1888, com base no material reunido para a obra Vontade de potência, jamais realizada, Crepúsculo dos ídolos é essencial a quem deseja enxergar um panorama de sua filosofia, centrada no exacerbado senso crítico e na defesa corajosa das próprias posições.
Esta edição tem tradução de Saulo Krieger, membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN), que também assina uma introdução e notas explicativas.
Yazar hakkında
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) foi um filólogo, filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX. Escreveu diversos textos críticos sobre religião, filosofia, ciência, a moral e a cultura contemporânea, exibindo em sua escrita uma predileção pela metáfora, pelo aforismo e pela verve irônica. Famoso pelo enunciado ‘Deus está morto’, este que ele ‘herdou’ dos poetas românticos alemães, ironicamente Nietzsche era filho de um pastor luterano. Ainda na adolescência, porém, passou a rejeitar os dogmas religiosos, e aos 24 anos já havia sido nomeado professor de filologia na Universidade da Basileia. Em 1879, a saúde debilitada o obrigou a abandonar o cargo de professor e a buscar os ares mais saudáveis da Itália, do sul da França e da Suíça. Nos primeiros dias de 1889, um colapso psíquico o colocou sob os cuidados da mãe e, posteriormente, da irmã, até sua morte, em 1900, em Weimar, na Alemanha.
Tradução, introdução e notas: Saulo Krieger – Filósofo graduado pela USP, doutor pela Unifesp, bolsista Capes na Université de Reims, na França. É membro do Grupo de Estudos Nietzsche (GEN) e pesquisador das relações entre processos inconscientes e conscientes na obra de Nietzsche. É professor de filosofia do Departamento de Filosofia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro, no Paraná) e tem publicado artigos em revistas científicas.