Aquele não seria apenas o maior grupo do rock brasileiro em 1973: o intrépido trio formado por Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad, que acabara de lançar seu primeiro LP, foi muito além: brilhou como uma supernova nas rádios e na TV, ao som de ‘Sangue latino’ e ‘O vira’. A performance misturava teatro, poesia, androginia e contracultura e conectava-se a um público heterogêneo — filhos, pais e avós —, algo impensável em meio ao pesadelo do governo militar; a música, influenciada por rock’n’roll, blues, folk, MPB e poesia, provocava o establishment com overdoses de inteligência, imaginação, ironia e ternura. O Secos & Molhados tornou-se um fenômeno cultural e comportamental – sua arte e trajetória extraordinárias reverberam até hoje.
Charles Gavin
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Contém depoimentos de Ney Matogrosso, Gerson Conrad, Luhli, Paulo Mendonça e Moracy do Val
Yazar hakkında
O músico Charles Gavin (Titãs, entre outros) começou a pesquisar a música brasileira quando deu-se conta de que discos importantes que estavam fora de catálogo no mercado nacional eram pirateados no exterior. Sua primeira proposta foi o relançamento do material dos Secos & Molhados, em CDs remixados, seguida de resgate do acervo de gravadoras, como a série ‘Odeon 100 anos’. Seu trabalho de pesquisa rendeu um convite do Canal Brasil para conduzir um programa sobre os ‘Discos Clássicos Brasileiros’. O projeto estreou como ‘Som do Vinil’ em 2007 e, desde então vem mostrando a música brasileira em sua riqueza e variedade. Trocando de papel, Charles Gavin passou de entrevistador a entrevistado, falando da força da da música em unir as pessoas, promover trocas e estimular novas criações. Ele nos conta também a história do programa, enfocando alguns dos episódios mais significativos e revela a motivação para o projeto Som do Vinil em site e livros: preservar, divulgar e tornar público — para que a música brasileira continue nos inspirando e transformando.