Quatro anos após lançar Agosto, romance em que mesclava história e ficção para narrar os acontecimentos do mês em que Getulio Vargas se suicidou, Rubem Fonseca volta a enfocar um personagem histórico, o célebre compositor brasileiro do século XIX, Antônio Carlos Gomes, autor de óperas como O guarani e Fosca. O romance descreve a partida do compositor de Campinas para o Rio de Janeiro de d. Pedro II, e depois para a Itália, onde encontraria a glória e o fracasso. Vemos, na capital brasileira e no país da ópera, como se constroem e destroem reputações, mas também como um jovem ‘selvagem’, vindo dos trópicos, pode levar sua mistura de música erudita e brasilidade à altura dos maiores nomes da época.Escrito como um estudo para a roteirização de um filme sobre Carlos Gomes, em O selvagem da ópera, como ressaltou Antonio Callado, temos presentes ‘tanto o Brasil operístico do Segundo Reinado como a sonora Itália do período áureo de Verdi, Wagner (Lohengrin, vaiado no Scala) e Giacomo Puccini’. Rubem Fonseca ao mesmo tempo retrata o ambiente artístico do século XIX e narra a história de sucesso e tragédia do principal compositor de óperas brasileiro.
Yazar hakkında
RUBEM FONSECA
nasceu em 1925 e faleceu em 2020, pouco antes de completar 95 anos, deixando uma contundente obra com trinta livros, entre os quais romances, novelas, coletâneas de contos e O romance morreu, que reúne crônicas publicadas no Portal Literal. Entre seus principais títulos estão Lúcia Mc Cartney (1969), O caso Morel (1973), Feliz Ano Novo (1975), O cobrador (1979), A grande arte (1983) e Agosto (1990). Em 2013 publicou, pela Nova Fronteira, o volume de contos Amálgama, vencedor do prêmio Jabuti de sua categoria. Ainda recebeu outras cinco vezes o Jabuti; em 2003, os prêmios Juan Rulfo e Camões; e, em 2015, o Machado de Assis, concedido pela ABL, pelo conjunto da obra. Seu último livro publicado em vida foi a antologia de contos Carne crua, de 2018.